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Teresina - Piauí

Mãe de Iarla Lima Barbosa pede justiça pelo assassinato da filha

Iarla foi assassinada na última segunda-feira (24), pelo próprio namorado, o oficial do Exército José Ricardo da Silva Neto, de 23 anos.

Marcelo Cardoso/GP1 1 / 26 Familiares chamam atenção das autoridades Familiares chamam atenção das autoridades
Marcelo Cardoso/GP1 2 / 26 Carro de som na caminhada Carro de som na caminhada
Marcelo Cardoso/GP1 3 / 26 Caminhada foi realizada nessa manhã Caminhada foi realizada nessa manhã
Marcelo Cardoso/GP1 4 / 26 Família pede Justiça Família pede Justiça
Marcelo Cardoso/GP1 5 / 26 Dulcineia Lima Dulcineia Lima
Marcelo Cardoso/GP1 6 / 26 Familiares pedem justiça Familiares pedem justiça
Marcelo Cardoso/GP1 7 / 26 Familiares de Iarla emocionados Familiares de Iarla emocionados
Marcelo Cardoso/GP1 8 / 26 Jordy Mesquita Jordy Mesquita
Marcelo Cardoso/GP1 9 / 26 Macilane Gomes Macilane Gomes
Marcelo Cardoso/GP1 10 / 26 Chico Lucas Chico Lucas
Marcelo Cardoso/GP1 11 / 26 Promotor Francisco de Jesus Promotor Francisco de Jesus
Marcelo Cardoso/GP1 12 / 26 Familiares e amigos pedem justiça Familiares e amigos pedem justiça
Marcelo Cardoso/GP1 13 / 26 Caminhada partiu da Avenida Miguel Rosa Caminhada partiu da Avenida Miguel Rosa
Marcelo Cardoso/GP1 14 / 26 Familiares e amigos de Iarla Lima Familiares e amigos de Iarla Lima
Marcelo Cardoso/GP1 15 / 26 Familiares chamam atenção das autoridades Familiares chamam atenção das autoridades
Marcelo Cardoso/GP1 16 / 26 Caminhada pela morte de Iarla Caminhada pela morte de Iarla
Marcelo Cardoso/GP1 17 / 26 Faixas na caminhada com pedidos de justiça Faixas na caminhada com pedidos de justiça
Marcelo Cardoso/GP1 18 / 26 Caminhada ocorreu na Miguel Rosa e Frei Serafim Caminhada ocorreu na Miguel Rosa e Frei Serafim
Marcelo Cardoso/GP1 19 / 26 Iarla foi assassinada pelo próprio namorado Iarla foi assassinada pelo próprio namorado
Marcelo Cardoso/GP1 20 / 26 Dulcineia Lima da Silva olhando fotografia da filha Dulcineia Lima da Silva olhando fotografia da filha
Marcelo Cardoso/GP1 21 / 26 Justiça por Iarla Justiça por Iarla
Marcelo Cardoso/GP1 22 / 26 OAB Piauí OAB Piauí
Marcelo Cardoso/GP1 23 / 26 Não ao feminicídio Não ao feminicídio
Marcelo Cardoso/GP1 24 / 26 Familiares escrevem frases para Iarla Familiares escrevem frases para Iarla
Marcelo Cardoso/GP1 25 / 26 Todos por Iarla Todos por Iarla
Marcelo Cardoso/GP1 26 / 26 Muita emoção Muita emoção

Dor, tristeza e revolta marcaram a caminhada promovida pela família da estudante de arquitetura Iarla Lima Barbosa, de 25 anos, na manhã deste sábado (24), na Avenida Miguel Rosa, no Centro de Teresina. Iarla foi assassinada na última segunda-feira (24), pelo próprio namorado, o oficial do Exército José Ricardo da Silva Neto, de 23 anos.

A mãe da garota, Dulcineia Lima da Silva, visivelmente abalada, fez um desabafo e pediu justiça pela morte da filha. “Todo mundo está aqui no mesmo propósito, o de pedir justiça. Pra livrar todas as outras que poderão cair, porque ele foi um Judas. Minha filha dizia pra mim tudo que acontecia e falou pra mim: ‘mãe tem esse rapaz que tá querendo namorar comigo’ e falou, ‘mãe tô saindo pra jantar’. Dia dos namorados aceitou [o pedido], pra quê? E eu avisava, minha filha a gente não tem amigos, mas eu percebi agora, mas ela não sabia”, lamentou.

A mãe por diversas vezes se emocionou durante a entrevista e não conseguiu conter as lágrimas. Ela fez um apelo às autoridades, para que este crime não fique impune, como tantos outros. “Ela não tem culpa de nada, isso eu tenho certeza. Ela era perfeita, os colegas dela sabem. Por isso que a vida foi tão curta da minha filha. Meu Deus, eu quero justiça. Porque Deus vai ajudar a fazer justiça. É falha a justiça daqui, a gente espera que as autoridades competentes ajudem para não deixar acontecer, não deixar ele sair impune não. Meu Deus, eu lamento pela mãe dessa pessoa também. Porque eu sei que ela deve tá sofrendo, porque eu sou mãe. Minha filha não volta mais, não volta mais. Eu quero falar, pra não acontecer mais isso”, desabafou.

O primo de Iarla, Jordy Mesquita, foi um dos organizadores da ação. Ele destacou que a família não quer vingança, e sim “paz e justiça”. “Nosso lema hoje para levar para as ruas de Teresina é clamor, a paz e a justiça e o NÃO ao feminicídio. Porque hoje o que a gente mais vê são nossas mulheres fragilizadas sofrendo com esse tipo de crime. Que esse crime não vire só mais uma estatística. Que algo seja providenciado pelas autoridades. A gente não quer vingança, queremos paz e justiça”, destacou.

A secretária municipal de Políticas para Mulheres, Macilane Gomes, afirmou que é preciso desconstruir cada vez mais a cultura machista. “Infelizmente mais um caso de feminicídio de forma brutal, agora contra a Iarla, e aqui simbolicamente ela representa todas as mulheres que sofreram feminicídio. Ao tempo que a gente se paralisa e mobiliza a sociedade, porque essas atitudes tem haver ainda com o contexto de machismo, de sexismo que a gente vive e isso é repassado como valor cultural infelizmente. O nosso papel tanto como agente público e como cidadão é estar desconstruindo essa cultura machista e sexista e com certeza acredito que vamos ter uma sociedade mais justa e igualitária para as mulheres”, afirmou.

O presidente da OAB secção Piauí, Chico Lucas, afirmou ao GP1 que não há muita impunidade em crimes contra as mulheres, mas mesmo assim há uma recorrência muito grande de crimes, o que tem preocupado. Ele acredita que a sociedade precisa trabalhar de forma unida para mostrar que o machismo não é tolerado.

“Tem dois aspectos dessa violência, que é o institucional, onde é mais punição, diminuição da impunidade, os juizados, o Ministério Público e a polícia tem feito um bom trabalho, todos os atores estão engajados. Aqueles que cometem a violência são punidos, mas o que nós temos que pensar, é porque continua tento tanta violência contra as mulheres se as pessoas que cometem o crime são responsabilizadas? A razão é porque há um machismo muito forte. Temos que agir como sociedade, reprimir, afastar aquela pessoa que é violenta contra a sua mulher, que agride. Começar a estabelecer punições sociais, deixar de convidar, de andar, excluir aquela pessoa violenta, para mostrar que a sociedade não tolera também. Hoje as instituições estão fazendo o seu trabalho, mas a sociedade precisa refazer uma revisão das suas ações em relação a mulher, ao idoso e as crianças, que são os mais vulneráveis”, destacou.

Com informações da repórter Thais Guimarães - direto do local

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