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Teresina - Piauí

Passageiros de ônibus ficam ao relento após ação da PRF em Teresina

Em uma fiscalização nesta manhã (19), a Polícia Rodoviária Federal constatou irregularidades em ônibus urbanos e intermunicipais.

Na manhã desta sexta-feira (19), durante uma fiscalização da Polícia Rodoviária Federal (PRF) na Avenida João XXIII, ônibus coletivos de Teresina foram apreendidos por conta de irregularidades. Veículos que fazem linha intermunicipal também foram barrados. Passageiros enviaram ao GP1 um vídeo denunciando o descaso das empresas. As irregularidades foram constatadas em paralelo ao aumento da passagem de ônibus, que desde o início do mês passou a custar R$ 3,60.

No vídeo é possível observar que mulheres com crianças de colo e idosos que tiveram que descer dos ônibus e aguardar em meio ao sol, até que outro ônibus da mesma empresa viesse “resgatá-los”. “Só quer rodar, rodar e não paga imposto para nada”, reclamou um passageiro. Outra passageira sugere que os ônibus sejam queimados. “Ninguém tem um isqueiro não, para a gente tocar fogo nesses ônibus?”, disse indignada.

  • Foto: Thais Guimarães/GP1Ônibus retidosÔnibus retidos

Irregularidades

O presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Rodoviários no Estado do Piauí (Sintetro), Fernando Feijão, confirmou as irregularidades constatadas pela PRF. “Esses ônibus apresentam vários problemas. A PRF hoje está fazendo o papel que a Strans deveria fazer, que era não deixar os ônibus com alguns problemas. Tacógrafo, pneus, tem a questão do sistema de sinalização que não está adequada”, disse Feijão.

“Strans fecha os olhos”

Feijão aproveitou a fiscalização realizada pela PRF para parabenizar a equipe. “A Strans simplesmente fecha os olhos para os problemas e deixa esses ônibus rodarem. Então o trabalho que a PRF está fazendo é de parabenizá-los até. Isso dá segurança para os trabalhadores e para os usuários”, afirmou.

Empresários

Questionado se os problemas detectados nos ônibus são do conhecimento dos empresários, Fernando disse que os próprios empresários pedem para que os motoristas deem um “jeitinho”.

“Os trabalhadores fazem ficha diariamente. Em alguns casos são até obrigados a trabalhar em carros com problemas mecânicos, carros sem sinaleira. Somos [Sintetro] acionados constantemente pelos trabalhadores para poder estar ajudando a recolher algum carro para a garagem para poder consertar um problema mecânico”, explicou.

“Simplesmente o empresário fecha os olhos, manda que o trabalhador rode, dê um jeitinho e às vezes termina por acontecer acidentes com esse jeitinho”, denunciou.

Strans

Procurada pela reportagem, a assessoria da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (Strans) disse que faz “fiscalizações nos ônibus frequentemente”.

“A Strans faz as fiscalizações nos ônibus frequentemente. Nós temos equipes de fiscais verificando o estado de conservação dos ônibus e verificando se eles estão cumprindo a ordem de serviço, que é emitida pela Strans”, afirmou assessoria.

“Caso tenha algum problema mecânico, questão de pneus carecas, por exemplo, esse ônibus é recolhido para a garagem e é substituído. Aqueles que não cumprem a ordem de serviço, o consórcio é notificado”, concluiu assessoria.

Falta de Tacógrafo

A PRF notificou a falta do uso do tacógrafo, um dispositivo que mede a velocidade e o tempo de uso do veículo. Segundo o órgão, o uso de tacógrafo é obrigatório, mas a assessoria da Strans nega.

“Nós monitoramos a velocidade dos ônibus através de GPS. Ônibus urbano, pela regulamentação, tanto do contrato como a regulamentação do transporte público, não entra a questão da fiscalização do tacógrafo, iIsso é feito em transporte intermunicipal, interestadual, em transporte urbano é monitorado através de GPS, e cada vez que ele não cumpre, ou excede a velocidade, o consórcio é notificado”, concluiu a assessoria.

Desvio a mando dos empresários

A PRF recebeu denúncias de que os ônibus coletivos de Teresina estariam desviando da Avenida João XXIII para não passar em frente à sede do órgão, onde ocorria a fiscalização. Alguns motoristas admitiram que as ordens foram repassadas pelas empresas.

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