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Teresina - Piauí

CPI do Transporte: empresário diz que Prefeitura de Teresina não honrou contrato

"Pensamos que o transporte ia dar um declínio para cima, mas a prefeitura não honrou", disse Solfieris.

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Transporte, que apura possíveis irregularidades na execução do contrato da licitação do transporte público urbano de Teresina, ouviu nesta terça-feira (08), três empresários, donos de empresas de ônibus. São eles: Edmilson de Carvalho, da Cidade Verde, Solfieri Sousa e Silva e da Transfacil, Moisés Sérvio Ferreira Neto.

O primeiro a ser ouvido foi Edmilson de Carvalho, da empresa Cidade Verde, que afirmou que no início da execução do contrato havia 126 ônibus circulando, após a implantação da integração, esse número diminuiu para 117, atualmente, com a pandemia da covid-19, essa quantidade reduziu para 45 veículos circulando na cidade.

Foto: Lucas Dias/GP1Três empresários serão ouvidos na CPI do Transporte de Teresina nesta terça
Três empresários serão ouvidos na CPI do Transporte de Teresina nesta terça

Durante a oitiva, o empresário afirmou que a empresa quer continuar operando em Teresina, mas que para isso aconteça é necessária ajuda da Prefeitura de Teresina. “Precisamos que a prefeitura nos ajude porque é um peso muito grande para o empresário, em uma cidade onde a população não tem a mínima condição de pagar uma tarifa alta, é necessário que o município faça, o que o Brasil e o mundo já fazem que é subsidiar para dar o direito a população carente andar de ônibus. Quero que a população carente ande de ônibus. Precisamos que a prefeitura tome uma medida com essa CPI. Queremos mexer no contrato para saber o que pode ser feito para resolver o problema e agente prestar um serviço de qualidade. A Transcol quer continuar no sistema, operando", garantiu.

Questionado sobre o que o subsídio da prefeitura custeia dentro do sistema de transporte público, o empresário respondeu que a principal finalidade é manter o equilíbrio econômico da empresa. “Primeiro é ajudar na parte da gratuidade dentro do sistema, a tarifa de Teresina atualmente é R$ 4,00, mas a prefeitura decretou R$ 1,35 para o estudante, e esse repasse é justamente para as gratuidades, sem falar nas demais gratuidades que são idosos, oficiais de justiça, enfim, são umas oito categorias que andam sem pagar e esse subsidio é justamente para manter esse equilíbrio”, declarou.

“Nós vamos convidar todos os trabalhadores que foram desligados para voltar ao trabalho assim que passar a pandemia, se Deus Quiser”, afirmou Edmilson de Carvalho.

Edmilson ainda alegou que não teve problemas nem na gestão de Firmino Filho e nem na atual administração de Dr. Pessoa. “Eu não tive problema nem com a gestão anterior e nem com a atual, nós da Transcol nos preocupamos muito com atender bem, então nós fazemos o nosso trabalho, e a única dificuldade que estamos tendo é em relação ao subsídio da prefeitura, sem ele fica muito difícil trabalhar”, ressaltou.

Empresa Transfácil

O segundo empresário a ser ouvido seria o dono da empresa Transfácil, Moisés Sérvio, contudo, em seu lugar apareceu Marcelino Lopes que se apresentou como representante da legal e o presidente da CPI, vereador Dudu, não aceitou a substituição, já que ele afirmou que somente o sócio da empresa seria ouvido. A oitiva de Moisés ficou remarcada para a próxima quinta-feira (10).

Foto: Lucas Dias/GP1Marcelino Lopes
Marcelino Lopes

Em entrevista à imprensa, nesta manhã, Marcelino Lopes, explicou a dívida resultante do subsídio que, segundo ele, deveria ser paga pela Prefeitura de Teresina. “O subsídio existe por conta de uma Aqui a tarifa é R$ 5,05 e o prefeito quis manter, porque é ele quem decide, a tarifa social de R$ 4,00, para não pesar ainda mais ao usuário, então essa diferença de R$ 1,05 é justamente de subsídio, mas ele não paga isso, aí acumula, por isso hoje o débito está em R$ 52 milhões e quem sofre com isso é o nosso cliente, porque perdemos a capacidade de pagar as nossas obrigações, tem empresas com salários atrasados, tem uma série de coisas que só consegue estar em dia se tiver o retorno financeiro para poder pagar”, relatou.

Empresa Cidade Verde

O último empresário a ser ouvido pela CPI foi Solfieris Sousa e Silva, da Cidade Verde, que opera em dois consórcios na Capital, Urbanus e Poty, depois que uma empresa desistiu de atuar em Teresina.

Segundo Solfieris, a empresa iniciou os trabalhos com 34 ônibus no Consórcio Urbanus, que atua na zona leste, e 6 veículos no Consórcio Poty, que circula na zona norte. No entanto, atualmente o número de ônibus que opera na cidade, é de 14 e 2, respectivamente.

“Quando nós compramos o edital, nós acreditamos no formato que seria o novo transporte de Teresina. Foi licitado em 2014, começou a operar no dia 17 de janeiro de 2015 e foram feitas várias modificações de acordo com o contrato. Durante a execução do contrato, o poder público alterou alguns pontos como a mudança do local dos terminais, a não construção de corredores e falta de pagamento do subsídio”, contou o empresário.

Ainda de acordo com Solfieris, os problemas com a Prefeitura de Teresina começaram logo no início do contrato. “O sistema começou a operar no dia 17 de janeiro de 2015 e a prefeitura passou 17 meses para cumprir a obrigação que ela tinha no contrato, nós entramos acreditando, pensando que o transporte ia dar um declínio para cima, que seria uma mudança na visão da cidade, acreditei nisso, mas a prefeitura não honrou, ela veio fazer um acordo já no segundo semestre de 2016, além disso as empresas tiveram que fazer investimentos iniciais que estavam previstos no contrato dois anos depois como renovação da frota, mas a prefeitura exigiu a antecipação de veículos”, disse.

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