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Teresina - Piauí

Laudo vai apontar se idoso que estuprou garota em Teresina foi assassinado

Raimundo Nonato de Sousa, de 64 anos, foi encontrado morto na tarde da última quarta-feira (26).

O diretor do Departamento de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP), delegado Francisco Costa, o Barêtta, afirmou em entrevista ao GP1 na manhã desta sexta-feira (28), que está aguardando o laudo cadavérico de Raimundo Nonato de Sousa, de 64 anos, para apontar se ele foi vítima de um homicídio ou tirou a própria vida.

Raimundo Nonato de Sousa foi encontrado morto na tarde da última quarta-feira (26), por volta de 15h, em um clube desativado próximo ao Finess Buffet, na Avenida Presidente Kennedy, bairro Morros, na zona leste de Teresina. Ele era acusado de estuprar uma adolescente de 16 anos, que é neta de sua companheira, por mais de 12 anos.

Foto: Lucas Dias/GP1Instituto de Medicina Legal (IML)
Instituto de Medicina Legal (IML)

Embora o Instituto de Medicina Legal (IML) tenha confirmado que o idoso foi morto por asfixia, o delegado Barêtta frisou que ainda é preciso determinar a natureza jurídica do fato, para saber se ele foi assinado ou cometeu suicídio.

Foto: Alef Leão/GP1Barêtta
Barêtta

“Parentes reconheceram o corpo, inclusive estiveram aqui no DHPP uma ex-esposa dele e uma filha que vieram de Campo Maior e também compareceram ao Instituto de Medicina Legal, onde fizeram todos os levantamentos com o médico de plantão e todos os requisitos para o reconhecimento. Contudo, eu estou aguardando o laudo cadavérico, a autópsia feita pelo legista onde ele vai definir a natureza jurídica do fato em si. Soube que a causa da morte foi asfixia, mas quero que o médico legista diga se foi ação própria dele ou se teve ação de outra pessoa, se foi uma ação criminosa contra ele”, afirmou o diretor do DHPP.

Foto: Alef Leão/GP1Barêtta
Barêtta

O diretor do Departamento de Homicídio afirmou ainda que além do laudo cadavérico, também requisitou um exame pericial no local onde o Raimundo Nonato foi encontrado morto.

“Foi feito todo um levantamento pela equipe de plantão, foi requisitado um exame pericial de local e esses dados serão fornecidos pelo perito criminal. O perito é que vai dizer no laudo toda a dinâmica do fato e se lá tem algum indício que pudesse apontar conduta criminosa”, completou Barêtta.

Acusação de estupro

Raimundo Nonato de Sousa chegou a ser detido e levado à Central de Flagrantes de Teresina no dia 18 de outubro de 2022, após proferir ameaças a adolescente, mas foi liberado em seguida, pois até então não havia mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça, nem provas legais que pudessem garantir sua prisão em flagrante. A avó e a mãe da adolescente sequer foram conduzidas.

Menina diz que mãe e avó sabiam dos abusos

O GP1 obteve, com exclusividade, documentos que revelam um detalhe macabro do caso da adolescente de Teresina estuprada desde os 4 anos pelo marido da avó. Nossa reportagem teve acesso aos depoimentos das irmãs da vítima, onde elas afirmam que a avó e a mãe da adolescente sabiam dos abusos há alguns anos, e nunca fizeram nada para proteger a menina, em total conivência com o criminoso.

A adolescente relatou às duas irmãs, já maiores de idade, que desde os 4 anos vinha sendo vítima de abusos sexuais cometidos pelo esposo de sua avó materna. A vítima chegou até a ser internada com crises de ansiedade e depressão.

A jovem contou às irmãs que quando era criança sofria na casa da mãe porque a genitora não a alimentava e nem cuidava dela. Ela relatou que chegou a comer uma fruta que havia caído no esgoto, por falta de comida, e que chegou até a presenciar a mãe mantendo relação sexual com diversos parceiros.

Sabendo da vulnerabilidade da criança, o companheiro da avó materna da vítima pediu a sua mãe para levá-la para casa e cuidar dela. De acordo com a jovem, ela tinha cerca de 4 anos quando sofreu o primeiro abuso sexual. Ela disse que o abusador pediu para que ela não contasse para ninguém e que não perdia nenhuma oportunidade de abusar dela, que quando adolescente, ele passou a querer controlar sua vida, mandando mensagem o tempo todo e ameaçando que sua avó poderia ser presa.

Relatou ainda que o abusador dizia que queria “ter um filho” seu e que iria fugir com ela.

A adolescente revelou às irmãs que os abusos eram do conhecimento da avó e que sua mãe descobriu que ela estava sendo vítima de estupro quando ela tinha 10 anos. A vítima então pediu à sua mãe que denunciasse, no entanto, ela não o fez.

A menina contou às irmãs que sua avó a culpava pelos abusos sexuais e que sofria ameaças frequentes do abusador, da avó e da própria mãe, que chegou a dizer que iria “comprar uma corda e enforcá-la”, caso ela contasse dos abusos sofridos para alguém.

A jovem relatou ainda que a avó chegou a presenciar os abusos três vezes e que a chamava de “vagabunda”, a culpando pela violência que sofria.

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