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Teresina - Piauí

Desembargador Erivan Lopes nega soltura a empresário acusado de lavar dinheiro para o tráfico

Defesa do empresário alvo da Operação Mandarim alegou ausência de fundamentação para justificar prisão.

O desembargador Erivan Lopes, do Tribunal de Justiça do Piauí, negou habeas corpus e manteve a prisão preventiva do empresário Ítalo Freire Soares de Sá, preso em Teresina no âmbito da Operação Mandarim, acusado de integrar quadrilha envolvida com o tráfico de drogas. O GP1 obteve, com exclusividade, a íntegra da decisão, proferida na tarde desta sexta-feira (25).

Erivan Lopes analisou pedido impetrado na quinta-feira (24), no qual a defesa do empresário alegou que a prisão preventiva decretada pelo juiz Valdemir Ferreira Santos não tinha fundamentação.

Foto: Reprodução/InstagramÍtalo Freire Soares de Sá
Ítalo Freire Soares de Sá

“Nem mesmo individualizou as condutas dos investigados, decidindo, de forma genérica, desconsiderando as condições pessoais, mormente em relação ao paciente, que ostenta primariedade e bons antecedentes, jamais tendo se envolvido em qualquer evento delituoso, como faz prova a certidão negativa criminal, tratando-se, em verdade, de um empresário, pai de três filhos menores, e que trabalha licitamente para sustentar a família”, argumentou a defesa no habeas corpus.

Também foi pontuado no pedido de soltura que, durante as buscas realizadas em dois endereços vinculados ao empresário Ítalo Freire não houve flagrante e nada de ilícito foi encontrado, o que, segundo a defesa, afasta qualquer suspeita quanto ao seu envolvimento com o tráfico de drogas.

Analisando o pedido, o desembargador entendeu que a “gravidade concreta da conduta” do empresário Ítalo Freire justifica sua prisão. “À primeira vista, a gravidade concreta da conduta (paciente que, supostamente, integra associação que trafica grande volume de entorpecentes, sendo responsável pela movimentação financeira do grupo, inclusive da lavagem de dinheiro decorrente do tráfico) justifica a prisão preventiva como forma de garantia da ordem pública”, destacou Erivan Lopes.

O magistrado não vislumbrou ilegalidade na prisão ou abuso de poder, e diante disso negou o pedido, mantendo a prisão preventiva de Ítalo Freire.

Operação Mandarim

A Delegacia de Prevenção e Repressão a Entorpecentes (Depre) deflagrou nas primeiras horas da manhã de quarta-feira (23), a "Operação Mandarim", com objetivo de cumprir 13 mandados de busca e apreensão e 9 mandados de prisão preventiva contra envolvidos com o tráfico de drogas e associação para o tráfico nas cidades de Teresina e Timon.

A investigação teve início em 2018, com objetivo de desarticular a organização criminosa voltada para o tráfico de drogas liderado por um indivíduo identificado como Paulo Henrique da Costa Ramos Lustosa, conhecido como “Paulinho Chinês”.

Ao decorrer da investigação, várias diligências foram realizadas, pessoas presas e drogas apreendidas.

Prisões

Durante a operação foram presos Raimundo Nonato Araújo Borges Filho, André Kaue Dias Viana, Govandi Freire de Sá Filho, Fátima, Lorena da Silva Lustosa Ramos e Vitor Levi e os empresários Paulo Henrique da Costa Ramos Lustosa, o “Paulinho Chinês”, Ítalo Freire Soares de Sá e Ramon Santiago Matos Nascimento.

Foto: ReproduçãoPaulo Henrique da Costa Ramos, Ítalo Freire e Ramon Santiago
Paulo Henrique da Costa Ramos, Ítalo Freire e Ramon Santiago

Como funcionava o esquema

Durante coletiva de imprensa, o delegado Tiago Silva explicou como funcionava o esquema de lavagem de dinheiro que envolvia empresários. “Os empresários entravam nessa parte da lavagem, na ocultação do patrimônio, principalmente, na construção de imóveis. A partir disso foram feitos o sequestro e o bloqueio das contas e das aplicações financeiras justamente para inquérito posterior em relação à lavagem, que já está em tramitação e que vai apurar de maneira mais profunda a presença de outros eventuais investigados”, pontuou.

“Os empreendimentos eram construídos com o dinheiro do tráfico. O líder dessa associação para o tráfico, o Paulinho Chinês, tinha a cultura de investir todos os seus ganhos dos proventos obtidos com o tráfico de drogas na construção de imóveis”, completou o delegado Tiago Silva.

Ainda de acordo com o delegado, a investigação constatou que o Paulinho Chinês era quem negociava a droga. “Depois de um certo tempo ele passou a não ter nenhum intermediário nessa compra do entorpecente, ele próprio fazia a negociação”, relatou Tiago Silva.

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