Brunno Suênio
Wanessa Gommes
Os dois jovens assassinados no Rodoanel de Teresina, no dia 4 de dezembro deste ano, não tinham envolvimento com crimes e foram mortos por terem sido confundidos com membros do PCC. A informação foi dada nesta quarta-feira (13) pelo delegado Bruno Ursulino, do DHPP, que está conduzindo as investigações.
Conforme o delegado, Roniel de Souza Deó e Alan Carlos Silva Rabelo foram até o Conjunto Dom Avelar, na zona leste da capital, para se divertirem quando foram confundidos com membros do Primeiro Comando da Capital (PCC).
“As duas vítimas tinham parentes no Dom Avelar e foram até lá tomar uma cerveja em um bar e um dos presos hoje olhou para os dois, disse que eles eram ‘sujos’ do Santa Bárbara e repassou para o traficante [mandante do crime], que havia duas pessoas, supostamente da facção rival, nesse bar. Quando as vítimas saíram do bar, foram abordadas, uma delas teve o celular retido e os suspeitos viram fotos das vítimas fazendo um símbolo, só que eles tiravam foto daquele jeito sem maldade, mas na cabeça deles [bandidos], que são do outro lado, já decretaram que as vítimas eram ‘sujas’”, contou o delegado Bruno Ursulino.
Motivação
“Quem matou foi o Bonde dos 40 e os autores achavam que os meninos eram do PCC, mas eles não eram faccionados, pensavam que os dois eram bandidos, mas não eram. Eles levaram os meninos para o mato, torturaram eles, trouxeram um veículo, colocaram as vítimas dentro desse carro e foram executá-las no Rodoanel, justamente, para tirar de onde ficavam as bocas de fumo deles”, explicou Bruno Ursulino.
O autor dos disparos que mataram as vítimas e também o mandante das mortes delas, Francisco das Chagas Mendes de Abreu, vulgo 'Barriga', está foragido. "Quem deu a ordem para matar os dois jovens foi o traficante da região, que também foi o executor desses disparos, os outros presos tiveram atuação ativa no momento de render as vítimas, colocá-las no veículo, no mato e depois subjugá-las, então são tão culpados quanto o traficante", finalizou Bruno Ursulino.
Prisões
O Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) prendeu, na manhã desta quarta-feira (13), três acusados do duplo homicídio de Roniel de Souza e Alan Carlos.
João Victor da Silva, vulgo “Negreti”, Jailson Ferreira da Silva e Antônio Jesus Alves da Silva foram presos e outros dois estão foragidos: Francisco das Chagas Mendes de Abreu, vulgo "Barriga", apontado como o responsável por 'decretar' a morte dos jovens, e Reidiomar Correia Alves de Lima, vulgo "Júnior".
Relembre o caso
Roniel de Souza Deó, de 21 anos, e Alan Carlos Silva Rabelo, de 24 anos, foram encontrados mortos na madrugada do dia 4 de dezembro, no Rodoanel de Teresina, no povoado São Félix, na zona sudeste da Capital.
Os levantamentos iniciais do DHPP apontaram que as duas vítimas foram levadas até o rodoanel para serem executadas e o veículo de Alan Carlos acabou sendo localizado na zona sul de Teresina, distante do ponto onde foram assassinados.
“Pelos levantamentos, as vítimas foram levadas ao local vivas, foram deitadas ao chão e depois executadas. Isso é apontado pela questão do ângulo dos ferimentos, a questão do arrastamento no chão que não tinha, do sangue também. Não sabemos se os criminosos utilizaram revólver, por exemplo, pois não foram colhidos os projéteis, não localizamos nenhum estojo. As vítimas tinham disparos na cabeça e nas costas. Os corpos foram levados ao IML para perícia mais detalhada”, informou o delegado Genival Vilela.
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