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Teresina - Piauí

Polícia indicia empresários presos por vender celulares roubados em Teresina

Os onze empresários alvos da Operação Interditados foram indiciados pelo crime de receptação qualificada.

A Polícia Civil do Piauí indiciou os onze empresários que foram alvos da Operação Interditados II, deflagrada no dia 19 de abril, com intuito de combater a prática dos crimes de receptação e descaminho no Piauí e no Maranhão. Os donos das lojas que comercializam iPhones e outros aparelhos eletrônicos foram indiciados pelo crime de receptação qualificada, no relatório do inquérito finalizado pelo delegado Matheus Zanatta na quarta-feira (26).

Foram indiciados pela Polícia Civil os seguintes empresários: Leonardo Moura Cavalcante (Leo Imports); Wendel Snaypi Lima Gomes (Maguim Cell); Marcos Daniel Lopes de Brito (Stillo Cell); Olavio Damasceno Feitosa Júnior (Mr. iPhone e iStore); Wanlecio de Oliveira Torres (Lorin do iPhone); Wesley Lucas de Lima (Roni Celulares); Marcos Winícius Martins do Nascimento (Cell Store); Diego da Silva Assis (Enzo Imports); Felipe Kayque Costa Silva (FK Cell); Bruno Ferreira da Rocha (Brad Peças); e Cícero José do Nascimento (Cícero Cell).

Foto: Lucas Dias/GP1Operação Interditados II
Operação Interditados II

A Operação Interditados teve início após o roubo de uma carga de 143 aparelhos celulares de uma transportadora em Teresina. A Polícia Civil começou a investigar o crime e verificou que um dos iPhones roubados havia sido adquirido por um terceiro na loja Leo Imports, de propriedade do empresário Leonardo Cavalcante.

Diante disso, Leonardo Cavalcante foi intimado e, em depoimento, afirmou que havia comprado o aparelho roubado através de um grupo de vendas no WhatsApp, e que este teria sido comercializado por Olavio Damasceno, mas que não sabia a origem do aparelho.

O empresário Marcos Daniel, dono da loja Stillo Cell, também afirmou em depoimento ter adquirido, sem saber, dois iPhones roubados de Olavio Damasceno.

No decorrer das investigações, a polícia chegou aos nomes dos dez empresários, que, segundo o delegado Matheus Zanatta, compraram aparelhos sem nota fiscal.

Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Zanatta
Delegado Matheus Zanatta

“Um ponto converge nos investigados em questão, todos compraram aparelhos celulares sem a presença de nota fiscal, ensejando, inclusive, fiscalização da Receita Federal e atuação da Polícia Federal nos possíveis crimes de descaminho praticados, apurados neste procedimento. Ademais, todos são citados como vendedores de aparelhos oriundos de crime patrimonial antecedente, mormente por serem aparelhos objetos do roubo investigado no bojo do presente procedimento preliminar. Inclusive, no bojo dos interrogatórios, os investigados afirmam ter comprado os celulares para venda nos seus boxes no Shopping da Cidade”, ressaltou o superintendente de Operações Integradas da Polícia Civil.

Receptação qualificada

Ao concluir a investigação, o delegado Matheus Zanatta decidiu pelo indiciamento dos empresários pelo crime de receptação qualificada, ressaltando que todos os citados compravam e vendiam aparelhos oriundos de práticas ilícitas.

Foto: Lucas Dias/GP1Lojas alvos da Operação Interditados II
Lojas alvos da Operação Interditados II

“Conclui-se, então, que a receptação qualificada é considerada como um delito material, e com isso, se consuma com a prática de qualquer uma das condutas que foram citadas no tipo penal que acabe implicando na obtenção do bem pelo agente, logo discriminadas nos atos de vendas praticados pelos nacionais acima descritos, que operavam nesse sistema de compra e venda de produtos de receptação oriundos de práticas ilícitas”, ressaltou o delegado.

O delegado Matheus Zanatta encaminhou os autos para ciência e manifestação do Ministério Público, que deve oferecer ou não denúncia em face dos acusados. Caso os empresários sejam condenados, podem pegar até oito anos de prisão.

Operação Interditados

No dia 19 de abril a Polícia Civil, em conjunto com a Receita Federal, Polícia Federal, Polícia Militar e outras forças de segurança deflagraram a segunda fase da Operação Interditados, e cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em endereços nas cidades de Teresina, em Caxias e Timon, no Maranhão. Também foram cumpridos mandados em lojas situadas em Teresina e em Piripiri.

Na operação, foram presos em flagrante sete empresários: Bruno Ferreira da Rocha (Brad Peças); Marcos Daniel Lopes de Brito (Stillo Cell); Wendel Snaypi Lima Gomes (Maguim Cell); Wanlecio de Oliveira Torres (Lorin do iPhone); Felipe Kayque Costa Silva (FK Cell); Wesley Lucas de Lima (Roni Celulares) e Cícero José do Nascimento (Cícero Cell).

Com exceção de Cícero do Nascimento, que permaneceu preso em virtude de mandado de prisão preventiva concedido por conta do seu histórico, todos os outros empresários foram postos em liberdade após o pagamento de fiança.

Além desses, outros quatro empresários também foram alvos da operação, mas não foram presos: Leonardo Cavalcante (Leo Imports); Marcos Winícius Martins do Nascimento (Cell Store); Olavio Damasceno Feitosa Júnior (Mr. iPhone e iStore) e Tony Ruan Marques Costa.

Todos esses empresários tiveram suas lojas interditadas.

Lojas interditadas

O colunista Brunno Suênio, do GP1, obteve com exclusividade a lista de lojas interditadas na segunda fase da Operação Interditados:

Shopping da Cidade - Maguim Cell, Lorin do iPhone, Cell Store, Stillo Cell, Roni Celulares, Leo Imports, Brad Peças, FK Cell, e Enzo Imports.

Grand Dirceu Shopping - Brad Peças.

Edifício Poty Premier - Mr. iPhone.

Em Piripiri - Cícero Cell.

Na ocasião, a loja Leo Imports, de Leonardo Cavalcante, foi interditada pela segunda vez. Na primeira fase da operação, o empresário chegou a ser preso em flagrante pelo crime de descaminho e foi solto após pagar fiança de R$ 52 mil.

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