Quase 1,8 milhão de moradores do Piauí já foram impactados por desastres naturais apenas nos primeiros meses de 2025, segundo levantamento da Confederação Nacional de Municípios (CNM) com base em dados do Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2ID), da Defesa Civil Nacional. O número inclui vítimas de mortes, perdas econômicas e impactos sociais severos provocados por eventos climáticos extremos.
Entre janeiro e abril, os registros apontam 12,3 mil pessoas desabrigadas e outras 71,8 mil desalojadas no estado. Ao todo, 115 mortes foram confirmadas, o que representa um aumento de quase 60% em relação ao mesmo período do ano passado.

Diante da situação crítica, o governador do Piauí, Rafael Fonteles, decretou estado de emergência em 129 municípios devido à seca prolongada. O decreto, assinado na quarta-feira (2), tem validade de 90 dias e busca agilizar medidas de apoio às populações atingidas.
De acordo com o documento, a decisão foi motivada pela irregularidade das chuvas, pela redução no volume de água em rios, riachos e barreiros e pelas perdas agrícolas, especialmente entre pequenos produtores. As áreas mais afetadas estão concentradas no centro-norte do estado, na divisa com o Ceará, e nas mesorregiões sudoeste e sudeste.
Como resposta à escalada dos desastres ambientais no Brasil, a CNM apresentou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 31/2024, que propõe a criação de um Conselho Nacional de Mudança Climática, de uma Autoridade Climática Nacional e de um fundo exclusivo de R$ 30 bilhões para enfrentamento de desastres e ações de adaptação às mudanças climáticas.
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