Piauí deve enfrentar calor acima da média e pouca chuva até julho

A Secretaria de Meio Ambiente e Recursos Hídricos do Piauí (Semarh), em parceria com centros meteorológicos do Nordeste, divulgou nessa segunda-feira (5) um boletim climático sazonal com dados preocupantes para o estado. A previsão indica que o Piauí enfrentará um trimestre com chuvas abaixo da média e temperaturas elevadas, superando os registros históricos desde o início da série de monitoramentos.

A análise climática, referente aos meses de maio, junho e julho de 2025 (MJJ/25), mostra que a situação será especialmente crítica no Norte do estado, região onde ainda são esperadas precipitações nesse período. A redução no volume de chuvas pode afetar diretamente a agricultura, o abastecimento de água e outros setores que dependem das condições climáticas.

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Foto: Alef Leão/GP1

Alto calor em Teresina

No Sul do Piauí, que tradicionalmente já está fora do período chuvoso, a previsão mantém os baixos índices habituais de precipitação para a época.

Outro ponto de alerta é o aumento das temperaturas. Os modelos meteorológicos indicam que o estado, em especial a região semiárida do Sul, deverá registrar temperaturas máximas superiores a 34°C, ultrapassando a média histórica para o trimestre.

O boletim foi elaborado após uma reunião técnica virtual que reuniu meteorologistas de todos os estados do Nordeste. A previsão considera dados de instituições como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET), o Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos do INPE (CPTEC/INPE) e a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (FUNCEME).

Decreto de emergência

O governador Rafael Fonteles (PT) prorrogou por mais 90 dias a situação de emergência provocada pela seca em 129 municípios do Piauí. A decisão consta em decreto publicado no Diário Oficial do Estado da última quarta-feira (30). Como o primeiro decreto já previa um prazo inicial de 90 dias, o período total de vigência agora será de 180 dias, com efeitos retroativos a partir de 2 de abril de 2025.

Durante entrevista nessa sexta-feira (2), o governador explicou que a prorrogação foi feita para garantir a continuidade das ações já em andamento. “O decreto ampliado para 180 dias permite que as iniciativas que já estamos colocando em prática possam ter continuidade. Na próxima semana, junto com o secretário Washington Bonfim, o secretário Nerinho e a presidência da APPM, vamos apresentar um balanço das medidas já executadas para mitigar os efeitos da chamada ‘seca verde’, que deve se prolongar até o segundo semestre”, afirmou.