O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (Setut) divulgou, na manhã desta quarta-feira (07), nota de esclarecimento a respeito da greve dos motoristas e cobradores de ônibus anunciada nessa terça-feira (06), com início previsto para a sexta (09). Segundo o Setut, a paralisação pode gerar demissões e redução da frota na capital.
O sindicato afirmou na nota que, durante a reunião com representantes da categoria, foi apresentada uma proposta de renovação da convenção coletiva por mais dois anos. A proposta prevê a manutenção de todos os benefícios sociais atualmente em vigor e a realização de negociações anuais das cláusulas econômicas, levando em conta as condições do sistema de transporte e os desafios enfrentados pelo setor.

O Setut informou ainda que irá encaminhar um ofício ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) para reiterar sua preocupação com os impactos sociais da paralisação, especialmente sobre os usuários mais vulneráveis que dependem do transporte público diariamente. A entidade também declarou que está adotando as providências técnicas e legais necessárias para garantir a operação mínima dos serviços essenciais durante a greve.
Por fim, o sindicato destacou que uma paralisação neste momento pode agravar ainda mais a situação de um sistema já fragilizado por sucessivas crises e pela queda na demanda de passageiros. Segundo a nota, a continuidade da greve pode gerar perdas adicionais no número de usuários transportados, comprometendo a sustentabilidade do serviço, o que pode resultar na redução da frota em circulação e até mesmo em demissões.
Greve dos motoristas
Os motoristas e cobradores que trabalham no transporte público coletivo de Teresina decidiram deflagrar greve a partir de sexta-feira, 9 de maio, em reivindicação por reajuste salarial e benefícios. A decisão se deu em assembleia realizada nesta terça (6).
Em entrevista ao GP1, o presidente do Sindicato dos Trabalhadores do Transporte do Estado do Piauí (SINTETRO), Antônio Cardoso, explicou que a greve foi encaminhada após a categoria não chegar a um acordo com o Sindicato das Empresas de Transportes Urbano de Passageiros de Teresina (Setut).
A greve compreende todos os consórcios do transporte público da capital e deve iniciar às 5h da sexta-feira, isso significa que os ônibus sequer sairão das garagens.

Confira a nota do SETUT na íntegra
O Sindicato das Empresas de Transportes Urbanos de Passageiros de Teresina (SETUT) informa que permanece aberto ao diálogo com os trabalhadores e reconhece a legitimidade das demandas apresentadas. Ressalta-se que não houve, em nenhum momento, recusa por parte das empresas em negociar ou participar de reuniões de mediação, sendo mantida uma postura colaborativa e de respeito às instâncias institucionais.
Importante destacar que, na última gestão, os trabalhadores do setor permaneceram sem convenção coletiva vigente, realidade que o setor patronal busca superar. Foi apresentada proposta de renovação da convenção coletiva por dois anos, com a garantia de manutenção de todos os benefícios sociais atualmente existentes e a previsão de negociação anual das cláusulas de natureza econômica, considerando a realidade do sistema e os desafios enfrentados.
O SETUT compreende que este é o primeiro ano de mandato da nova gestão municipal, que tem se deparado com uma situação administrativa complexa e demandante. Nesse contexto, é natural que haja um período de reorganização e estruturação, o qual exige responsabilidade e diálogo de todos os atores envolvidos. O Sindicato das Empresas reafirma sua disposição em atuar de forma construtiva, respeitando esse momento da administração pública e buscando, junto aos trabalhadores, soluções que garantam a continuidade dos serviços com equilíbrio e sustentabilidade.
Sobre a paralisação anunciada, o SETUT encaminhará ofício ao Tribunal Regional do Trabalho (TRT) reiterando sua preocupação com os impactos da greve sobre a população, especialmente os usuários mais vulneráveis que dependem do transporte público. A entidade também está adotando todas as providências técnicas e legais para assegurar a manutenção mínima dos serviços essenciais.
Ressalta-se que uma greve neste momento, em um setor já fragilizado por sucessivas crises e queda de demanda, pode gerar ainda mais danos ao sistema de transporte público, visto que, a paralisação tende a provocar ainda mais perdas no número de passageiros transportados, o que compromete a sustentabilidade do sistema, podendo resultar na redução da frota em circulação e, infelizmente, na necessidade de demissões. Por isso, é fundamental que prevaleça o bom senso e o compromisso com o equilíbrio coletivo.
O SETUT reafirma seu compromisso com uma solução responsável, equilibrada e sustentável, que contemple os interesses dos trabalhadores, da população e a continuidade do sistema de transporte público de Teresina.
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