A Justiça do Piauí tornou réus os agentes da Guarda Civil Municipal de Teresina (GCM), Ian Meneses Lima e Raimundo de Sousa Alves, acusados de invadirem o sistema de emissão de contracheques da Prefeitura de Teresina e de promoverem calúnia, injúria e difamação contra colegas de corporação. A denúncia do Ministério Público foi recebida no dia 24 de março pela juíza Lisabete Maria Marchetti, da 2ª Vara Criminal da Comarca de Teresina.
Segundo a denúncia do promotor José Eduardo Carvalho Araújo, em março de 2022, Ian Lima e Raimundo Alves acessaram ilegalmente o sistema da Prefeitura de Teresina e emitiram contracheques de 19 colegas. Na sequência, conforme a ação penal, eles compartilharam os contracheques em um grupo de WhatsApp e acusaram os colegas de farda de fazer “rachadinha” e de receber verbas remuneratórias indevidamente.

De acordo com a denúncia, os dois guardas chamaram os colegas de “babões” e ainda acusaram um ex-comandante da GCM de ser autoritário e de alterar escalas de trabalho para prejudicar alguns subordinados.
Sistema do Ministério da Justiça
As investigações também revelaram que os guardas usaram indevidamente o sistema Córtex, do Ministério da Justiça e Segurança Pública, para pesquisar informações sobre os colegas. O sistema é uma plataforma de monitoramento e inteligência que reúne dados de diversas fontes, incluindo câmeras de segurança.
Recebimento da denúncia
Ao receber a denúncia, a juíza Lisabete Maria Marchetti determinou a intimação/citação dos acusados, para que apresentassem resposta à acusação e indicassem as testemunhas de defesa.
“Não havendo oferecimento de resposta escrita pelos acusados, no prazo legal, fica desde já nomeada a Defensoria Pública Estadual para apresentar a respectiva defesa, abrindo-se vista dos autos para os devidos fins”, determinou a magistrada.
Outro lado
Os guardas Ian Lima e Raimundo Alves não foram localizados para comentar o caso. Na ocasião do oferecimento da denúncia, o coronel Wagner Torres, secretário Municipal de Segurança de Teresina, afirmou que iria acompanhar o caso junto à Corregedoria da GCM.
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