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Teresina - Piauí

Câmara de Teresina encerra semestre com CPIs emperradas

Comissões enfrentam entraves internos, disputas veladas e esvaziamento político às vésperas do recesso.

À medida que o recesso parlamentar se aproxima, a Câmara Municipal de Teresina se prepara para encerrar o primeiro semestre legislativo sob o peso de três Comissões Parlamentares de Inquérito (CPIs) inconclusas, um cenário que escancara as fragilidades da articulação interna.

A mais antiga delas, a CPI das Águas de Teresina, se arrasta desde março e já se tornou motivo de descrédito até mesmo entre os próprios parlamentares. O que deveria ser um espaço de apuração converteu-se em palco de farpas, disputas narrativas e interrupções. A ausência do relator, vereador Joaquim do Arroz (PT), que viajou à China no meio das oitivas, paralisou os trabalhos por semanas, comprometendo ainda mais o ritmo da investigação.

Foto: Lucas Dias/GP1Câmara Municipal de Teresina
Câmara Municipal de Teresina

Mesmo com a sabatina do ex-presidente e do atual gestor da Arsete, Edvaldo Marques e Edson Melo, respectivamente, a comissão presidida por Petrus Evelyn (Progressistas) avançou pouco em termos concretos. Nos bastidores, comenta-se que a divergência de interesses e a falta de unidade entre os membros da comissão minaram a credibilidade da iniciativa.

Outra frente que promete tensão para o segundo semestre é a CPI do Déficit Financeiro, instalada no início de junho após o prefeito Sílvio Mendes (União Brasil) denunciar um suposto rombo superior a R$ 3 bilhões nas contas da prefeitura. Comandada pelo vereador Fernando Lima (PDT), a CPI tenta se respaldar tecnicamente ao se reunir com representantes da OAB-PI e do TCU, mas ainda avança com cautela.

Já a CPI do Lixo, voltada à investigação dos contratos emergenciais e licitações da coleta e tratamento de resíduos sólidos desde 2017, enfrenta outro tipo de desafio: o desgaste natural provocado por sucessivos contratos emergenciais que envolvem cifras milionárias e atravessam gestões distintas. O foco da comissão será entender o histórico de pagamentos, a ausência de licitação definitiva e possíveis irregularidades nos termos contratuais.

Apesar da complexidade dos temas, as CPIs caminham para uma suspensão temporária com a chegada do recesso legislativo, que só será oficialmente iniciado após a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, peça fundamental para que o orçamento do próximo ano comece a ser debatido no segundo semestre.

Enquanto a LDO não for apreciada, os trabalhos permanecem em compasso de espera. Mas, ao que tudo indica, a paralisia das comissões pode se estender além do prazo regimental, especialmente se o clima político seguir tensionado e sem uma coordenação clara dentro da Câmara.

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