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Pedreiro que disputa um terreno com médico na Justiça diz que está sofrendo ameaças de morte

O médico negou todas as acusações e disse que o pedreiro está sendo influenciado por uma segunda pessoa para o acusar e levar o caso a justiça.

O pedreiro Domingos Nunes de Sousa, 47 anos, registrou cinco boletins de ocorrência contra o médico Edvar Cavalcante de Oliveira por supostas ameaças de morte. A motivação seria a disputa de um terreno no bairro Vermelha zona Sul de Teresina onde o pedreiro diz que reside há 20 anos e que seria de propriedade do médico. O impasse já dura quatro anos e o caso está na justiça.

Domingos Nunes relata nos boletins a perseguição que diz sofrer desde 2009 quando o médico tentou reaver o imóvel e que usaria capangas para ameaçá-lo. O pedreiro alega que Edvar Cavalcante de Oliveira teria lhe dado o terreno para morar com a esposa.
Imagem: Germana Chaves / GP1Domingos Nunes de Sousa(Imagem:Germana Chaves / GP1)Domingos Nunes de Sousa
“Eu trabalhei pra ele e quando fui casar pedi uma ajuda, um lugar pra morar. Então, o Edvar Cavalcante me deu o terreno na [bairro] Vermelha para construir a minha morada. Mas, quando foi agora em 2009, ele pediu o terreno de volta. Eu tentei negociar e pedi pelo menos uma ajuda de R$ 4 mil, mas o doutor Edvar não quis. Então, de lá pra cá, eu tenho sofrido várias ameaças de morte e tenho sido perseguido por capangas dele, inclusive, um deles conhecido como Cícero. O último B.O que registrei foi em 19 deste mês [abril de 2013] quando eu voltava para casa e percebi que tinha gente me seguindo, fiquei assustado e fui até a polícia. O certo é que essa causa esta na justiça e vamos ver qual será o desfecho”, aguarda o pedreiro.

Imagem: Germana Chaves / GP1Clique para ampliarDomingos Nunes de Sousa(Imagem:Germana Chaves / GP1)Domingos Nunes de Sousa
Domingos Nunes denunciou o caso ao Ministério Publico do Estado, a OAB-PI, aos Direitos Humanos que, segundo ele, teria sido a única instituição que lhe deu amparo.

“Eu faço um apelo ao governador Wilson Martins que me ajude, sou um trabalhador pobre, mas honrado, não devo nada a ninguém e pago todas as minhas contas em dia. Eu peço socorro porque já fui a todos os lugares que podem dar ajuda, a OAB, ao Ministério Público, ao pessoal de diretos humanos que através de um advogado foi o único que me deu ajuda. Mas, dos outros não tive ajuda até agora. Por isso, peço socorro para que o governo do Estado olhe pra meu caso”, pediu.

Ainda de acordo com o pedreiro, ele teve material de construção levados da residência a mando do médico. “Eu sou pedreiro e tenho muita sobra de material de construção e pessoas a mando do Edvar entraram no terreno e levaram um material de construção que tinha na minha casa. Eu não quero nada que não seja meu, apenas cobro justiça, porque eu sou um cidadão de bem e não tenho um talão atrasado e mereço ser ouvido e respeitado”, disse indignado.

Edvar Cavalcante

Também ouvimos Edvar Cavalcante sobre as denúncias feitas por Domingos Nunes. Ele negou todas as acusações e disse que por trás da questão há uma segunda pessoa que tem incentivado o pedreiro a levar o caso para justiça e fazer todas as acusações.

“Sou um homem de boa fé, tenho um bom coração. Primeiro que o Domingos Jaburu não trabalhou pra mim, na verdade ele trabalhou foi para o meu cunhado. Nesse período, o Jaburu teve um problema de saúde e então o avô dele pediu para ele ficar em minha propriedade para se tratar, então aceitei. Depois ele foi embora e passado algum tempo, voltou a procurar o meu cunhado pedindo uma local para morar. No terreno, que era do meu pai, tinha uma casinha onde uma senhora chamada Imagem morava. Mas, ela morreu aos 88 anos e deixou a casa com vários benefícios, como plantações. Então, o meu cunhado me perguntou se eu poderia ceder a casa para o Jaburu e eu concordei e agora esta dando todo esse problema. A justiça já esta ciente disso e não deve demorar para dar o parecer. Ainda tem o fato de o Jaburu está sendo incentivado por uma pessoa a fazer tudo o que ele tem feito. Inclusive, acredito que pelo fato de perceber que vai perder a causa, ele esteja procurando a imprensa”, avalia o médico.

Edvar Cavalcante disse também que seu advogado teria proposto um acordo de R$ 10 mil a Domingos Nunes bem como todo material de construção investido por ele no local.
“Meu advogado foi falar com ele e propôs um acordo de R$ 10 mil e mais o material que restaria da construção dele, porém, o Jaburu não aceitou. Inclusive, a um tempo atrás um sobrinho meu alugou outra parte do terreno. E essas duas pessoas que alugaram, me entregaram o imóvel na data certa, só o Jaburu que está dando problema. Ainda tem mais, ele só construiu um puxadinho e o muro da frente foi eu quem construiu e os outros lados foram os vizinhos. Volto a dizer que o Domingos Jaburu está sendo incentivado por uma pessoa para fazer isso. Mas, a justiça já está sabendo de tudo. Nada do que ele me acusou é verdade, e ele sabe disso. Basta ir ao local e conversar com as pessoas para atestar o que eu estou falando”, reafirmou.

O médico também negou a participação do policial Cícero que, segundo Domingos Nunes, seria um dos homens que o teria perseguido. “O Cícero é da família, ele já trabalhou comigo, mas não tem nada haver com isso. Inclusive, o Jaburu o conheceu quando foi fazer esse tratamento de saúde. O Cícero praticamente nem vive mais em Teresina. Ele tem família no Pará e só vem a Teresina uma ou duas vezes no mês”, rebateu Edvar Cavalcante.
Imagem: Bárbara Rodrigues/GP1Delegado James Guerra(Imagem:Bárbara Rodrigues/GP1)Delegado James Guerra

Delegado-Geral

Também ouvimos o delegado-geral James Guerra sobre os boletins de ocorrência feitos por Domingos Nunes denunciando o caso. “Eu já soube desse caso há anos atrás. Até onde sei, o senhor Domingos já trabalhou para o médico Edvar Cavalcante. Mas, não soube mais nada sobre isso. A polícia não pode trabalhar sem algo concreto, neste caso tem que ser apurado para que sejam feitos todos os procedimentos cabíveis, Sinceramente, não vejo nada de diferente dos demais casos que acompanho todos os dias”, disse James Guerra à reportagem do GP1.


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