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Piauí ganha primeiro Centro de Referência Feminino para tratamento em AD

Um espaço para acolher mulheres dependentes químicas que buscam o tratamento e a recuperação, promovendo a saúde para uma melhor qualidade de vida

Será inaugurado nesta terça-feira (30), às 08h, o primeiro Centro Estadual de Referência Feminino em Recuperação Álcool e outras Drogas (CERAD-FEM): um espaço para acolher mulheres dependentes químicas que buscam o tratamento e a recuperação, promovendo a saúde para uma melhor qualidade de vida. O Centro poderá receber até 70 mulheres, incluindo o espaço para mulheres grávidas e em período pós-parto, e funcionará no antigo CSU do bairro Buenos Aires, zona Norte de Teresina.
 
Uma equipe multiprofissional, composta por psicólogos, terapeuta ocupacional, educador físico, assistente social, enfermeiro e técnico em enfermagem, estará à frente dos serviços oferecidos pelo Centro, com acompanhamento e parceria dos CAPS (Centros de Atenção Psicossocial) e de hospitais gerais com leitos psicossociais, que oferecem o cuidado integral a essas pessoas que estão no período de recuperação.
 
A recuperação/acolhimento poderá acontecer num prazo de até nove meses. Sendo necessária a permanência mais longa, a equipe fará a avaliação, com a possibilidade de extensão do tratamento.
 
O CERAD-FEM não funcionará como porta de entrada, mas, respeitando a regulação necessária para maior organização e fluxo do serviço. A usuária será referenciada pelo CAPS, independentemente da modalidade; pelo Hospital do Mocambinho; Hospital Areolino de Abreu e Maternidade Dona Evangelina Rosa.
 
HOMENAGEM - O Centro recebe o nome de Nise da Silveira, uma renomada médica psiquiatra brasileira, aluna de Carl Jung, que dedicou sua vida à psiquiatria e manifestou-se radicalmente contrária às formas agressivas de tratamento de sua época, tais como o confinamento em hospitais psiquiátricos, eletrochoque, insulinoterapia e lobotomia.
 
Nise da Silveira formou-se como a única mulher entre os 157 homens desta turma. Está entre as primeiras mulheres no Brasil a se formar em Medicina. Em seu trabalho, ela aponta as relações entre pobreza, desigualdade, promoção da saúde e prevenção da doença no Brasil.
 
O trabalho de Nise da Silveira é pioneiro na luta antimanicomial no Brasil.
A luta de Nise era contínua contra as técnicas psiquiátricas que considerava agressivas aos pacientes.
 
Em 1946 Nise da Silveira iniciou o trabalho de terapia ocupacional e fundou a "Seção de Terapêutica Ocupacional". No lugar das tradicionais tarefas de limpeza e manutenção que recebem o título de terapia ocupacional, ela cria ateliês de pintura e modelagem com a intenção de possibilitar aos doentes reatar seus vínculos com a realidade através da expressão simbólica e da criatividade.
 
INVESTIMENTOS - O CERAD-FEM recebeu investimentos de mais de R$ 1 milhão de reais: recursos oriundos do tesouro estadual.
 
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