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Acusado de agenciar morte de Emídio Reis morre em acidente

Joaquim do Gabriel, teve morte imediata após sofrer acidente de moto. Ele estava em liberdade condicional porque sua defesa alegou "sérios problemas de saúde".

Faleceu na tarde de hoje (19), no município de São Julião, o acusado de ser o agenciador da morte do ex-vereador Emídio Reis. Joaquim Pereira Neto, o Joaquim do Gabriel, teve morte imediata após sofrer acidente de moto. Joaquim do Gabriel estava em liberdade condicional porque sua defesa alegou "sérios problemas de saúde".
Imagem: DivulgaçãoJoaquim do Gabriel teve morte imediata(Imagem:Divulgação)Joaquim do Gabriel teve morte imediata
Emídio Reis foi assassinado porque ameaçava a estabilidade do grupo político liderado pelo prefeito Zé Neci (PT) e seu vice, José Francimar Pereira (PP). Logo após as eleições de 2012, a vítima protocolou denúncias contra os gestores na Justiça Eleitoral, Tribunal de Contas do Estado e Ministério Público Federal. Essas ações, se procedentes, poderiam custar os mandatos de Zé Neci e Francimar.
Imagem: DivulgaçãoEmídio Reis(Imagem:Reprodução)Emídio Reis

Relembre o caso

Os primeiros rumores de que a vida do ex-vereador estava ameaçada datam desse mesmo período. “Durante a investigação, várias testemunhas relataram, em sigilo, que Emídio estava sendo ameaçado”, afirmou o delegado Luccy Keiko Leal Paraíba, que presidiu o inquérito que investigou a morte do ex-vereador.

O delegado informou ainda que a morte do político foi decidida na propriedade Canas, zona rural de São Julião. O prefeito Zé Neci estaria presente, mas não participou ou testemunhou a negociação.
Imagem: Raoni Barbosa Delegado Luccy Keiko(Imagem:Raoni Barbosa )Delegado Luccy Keiko
O vice-prefeito utilizou Joaquim Pereira Neto para intermediar o plano junto ao pistoleiro Antônio Sebastião de Sá, o Antônio Virgílio. Outros dois homens foram convocados para participar do crime: José Gildásio da Silva Brito e Válter Ricardo da Silva. Cada um deles receberia R$ 5 mil, totalizando R$ 15 mil.

O bando seguiu os passos de Emídio para conhecer sua rotina. Tramaram, inclusive, um encontro casual com a vítima em um restaurante na cidade de Picos.

Em 31 de janeiro, dia do crime, os criminosos acompanharam o carro do ex-vereador ao longo da BR-316. Emídio viajava de Picos para São Julião. Em certo ponto, Valter desembarca e pede a carona à vítima. Eles já se conheciam, por isso Reis não desconfiou de nada.

Os dois seguiram juntos até a estrada que dá acesso ao município de Alagoinhas, quando Válter pediu para descer. Naquele ponto, os outros membros do bando surpreenderam Emídio Reis. Rendida, a vítima foi levada em seu próprio carro até o local da execução, distante 120 km do local do sequestro.

Na propriedade rural Lajedo Preto, um local ermo, Emídio foi obrigado a descer do veículo. Em depoimento à Greco, Válter contou que “o primeiro tiro foi logo para executar”. O delegado Menandro Pedro revelou que Antônio Virgílio disparou a uma distância de pouco mais de 30 centímetros da nuca do ex-vereador. O segundo disparo, afirma o policial, foi efetuado sem que os executores soubessem ao certo onde Emídio havia sido atingido, já que o local estava muito escuro. A bala perfurou a perna da vítima.

Os executores carregaram o corpo de Emídio por dez metros e cavaram a cova com as mãos e com o auxílio de um pedaço de madeira. “Por isso a cova ter ficado rasa”, disse o delegado Luccy Keiko Leal Paraíba.

Apesar de ter sido alvejado por dois tiros, Emídio Reis não morreu pelos ferimentos à bala. “Segundo o laudo cadavérico, a causa da morte da vítima foi asfixia, por ingestão de areia. Foi encontrada areia na traqueia da vítima. Ele, então, foi enterrado vivo”, afirmou o delegado Luccy Keiko Leal Paraíba.

O vice-prefeito de São Julião, José Francimar, Joaquim Pereira Neto, Antônio Sebastião de Sá, José Gildásio da Silva Brito e Valter Ricardo da Silva foram indiciados pela morte do ex-vereador Emídio Reis e respondem por homicídio qualificado, formação de quadrilha e ocultação de cadáver.

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