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Piauí

Polícia indicia empresários que usavam nome da Agespisa para aplicar golpes

Além deles, outras três pessoas também foram indiciadas por estelionato e associação criminosa.

A Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) indiciou cinco pessoas pelo crime de estelionato e associação criminosa que utilizavam o nome da Agespisa para aplicar golpes. O inquérito foi concluído, no dia 2 de setembro deste ano, pelo delegado Humberto Mácola.

Foram indiciados os empresários Alisson Alencar Jorge, dono da JJ Veículos, que fugiu para Portugal; Wanderson Fernandes Lima Negreiros, dono da WFL Negreiros Veículos, que funcionava como correspondente bancário; Raimundo Lopes Bezerra Filho; Carlos Eduardo Monteiro e Danilo Ferreira e Silva.

Foto: GP1Alisson Alencar, Carlos Eduardo e Danilo Ferreira
Alisson Alencar, Carlos Eduardo e Danilo Ferreira

Investigação

Segundo a investigação, que teve início em setembro de 2022, o grupo atraía vítimas sob a promessa de emprego, levando-as a entregar seus documentos pessoais. Essa estratégia permitia que os criminosos obtivessem financiamentos para veículos, que eram posteriormente revendidos sem o conhecimento daqueles cujos nomes eram usados para contrair o financiamento.

Além disso, foi constatado que as vítimas eram iludidas pela oferta de emprego na empresa Agespisa, para desempenhar a função de motorista em meio período. Elas eram obrigadas a fornecer seus dados pessoais e documentação necessária para se cadastrarem junto a uma empresa de aluguel de veículos.

“Por meio desse ardil, os criminosos iniciavam processo de financiamento de veículo com a participação sempre da mesma empresa de venda de veículos, no caso a WFL Negreiros Veículos, sediada em Fortaleza – CE, sendo necessária, para a finalização do golpe, a coleta de biometria facial da vítima, esta adquirida presencialmente sob o falso argumento de cadastro junto ao RH da empresa e contratação de seguro do veículo a ser utilizado pela vítima no suposto emprego”, diz trecho do inquérito.

Segundo declarações das vítimas, Carlos Eduardo Monteiro sempre figurava como recrutador e Danilo Ferreira como responsável pela coleta da biometria facial, sempre acompanhado de Raimundo Lopes.

Foi constatado também que as transações com a WFL Negreiros Veículos eram feitas pelo parceiro de negócios no Piauí, Alisson Jorge, corretor da Eros Veículos, Vitrine Veículos e ainda proprietário da JJ Veículos.

Participação dos indiciados

Carlos Eduardo Monteiro - era o recrutador das vítimas, arremessando a “isca” para que pessoas, ludibriadas pela promessa de falso emprego, baixassem a segurança e aceitassem entregar documentos que, posteriormente, seriam utilizados para os financiamentos fraudulentos;

Danilo Ferreira e Silva - era o articulador do crime, recolhendo os documentos angariados por Carlos Eduardo e organizando-os para entregar a loja que iria conseguir os financiamentos. Danilo era o responsável por se encontrar com as vítimas em diversos lugares da cidade para a colheita da biometria facial, utilizando engenharia social para fazer com que elas acreditassem que, na verdade, estariam fornecendo imagem para suposto crachá;

Raimundo Lopes Bezerra Filho - funcionava como o suposto engenheiro do grupo criminoso, pois, por ter sido casado com funcionária da Agespisa, tinha o intuito de dar mais credibilidade a ação criminosa, levando as vítimas ao erro em achar que estavam conseguindo emprego em órgão público como motoristas;

Alisson Alencar Jorge - era o logista do grupo criminoso, proprietário de um CNPJ que era utilizado para reunir os cadastros forjados por DANILO e apresentá-los a empresa financeira, dando a capa de negócio lícito;

Wanderson Fernandes Lima Negreiros - era o pagador do grupo criminoso, o qual apesar de afirmar que não sabia o que ocorria, concorreu para o crime mostrando, no mínimo, negligência em não confirmar os financiamentos enviados por ALISSON.

Prisões

No dia 18 de maio deste ano, a Polícia Civil deflagrou a operação e prendeu Wanderson Fernandes, em Fortaleza (CE); Raimundo Lopes Bezerra Filho e Carlos Eduardo Monteiro, em Teresina; e Danilo Ferreira e Silva, em Timon.

O quinto alvo, o empresário Alisson Alencar Jorge, dono da JJ Veículos, fugiu para Portugal e é considerado foragido da Justiça.

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