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Defesa de Allisson Wattson quer anular sentença de pronúncia

A defesa pede a retirada de duas qualificadoras da denúncia, motivo fútil e feminicídio e também nova instrução processual, anulando a sentença de pronúncia “por defesa deficiente”.

A defesa do policial militar Allisson Wattson da Silva Nascimento acusado de matar a namorada, a estudante Camilla Abreu, ingressou com Recurso em Sentido Estrito no intuito de reformar a sentença de pronúncia.

A defesa pede a retirada de duas qualificadoras da denúncia, motivo fútil e feminicídio e também nova instrução processual, anulando a sentença de pronuncia “por defesa deficiente” permitindo a apresentação de novo rol de testemunhas. Alega ainda que não houve o enfrentamento das questões articuladas em embargos de declaração.

  • Foto: FacebookAllisson Wattson e Camilla Abreu Allisson Wattson e Camilla Abreu

Recurso em Sentido Estrito é o recurso cabível para impugnar as decisões interlocutórias, mediante o qual se procede ao reexame de uma decisão nas matérias especificadas em lei, possibilitando ao próprio juiz recorrido uma nova apreciação da questão, antes da remessa dos autos à segunda instância. Deve ser endereçado ao Tribunal competente para apreciá-lo, mas a interposição é feita perante o juiz recorrido, para que este possa rever sua decisão.

O recurso foi protocolado no dia 27 de abril deste ano.

Entenda o caso

A juíza de direito Maria Zilnar Coutinho Leal, da 2ª Vara Tribunal do Júri, pronunciou o capitão da Polícia Militar, Allisson Wattson da Silva Nascimento pelo assassinato na namorada, a estudante Camilla Abreu. A decisão é foi dada em 02 de abril de 2018.

Com a pronúncia, o policial vai a julgamento pelo júri popular pelos crimes de feminicídio qualificado por motivo fútil (intenso ciúme da vitima) e recurso que impossibilitou a defesa da ofendida, ocultação de cadáver e fraude processual.

O Ministério Público do Estado ofereceu denúncia baseada no inquérito policial, que concluiu que no dia 26 de outubro do ano passado, o capitão, de forma voluntária e com animus necandi (intenção de matar), ceifou a vida de sua namorada, Camilla Pereira de Abreu, no interior do veículo Corolla de placa NIF 8022, cor azul de que tinha posse o acusado. A denúncia foi recebida no dia 12 de dezembro.

A magistrada afirmou ainda que o militar deve aguardar preso o julgamento pelo Tribunal do Júri, pois “estão presentes os requisitos e pressupostos legais autorizadores de sua prisão como medida necessária ao resguardo da ordem pública e da instrução em plenário do júri”.

O crime

A estudante de direito, Camilla Abreu, desapareceu no dia 26 de outubro. Ela foi vista pela última vez em um bar no bairro Morada do Sol, na zona leste de Teresina, acompanhada do namorado e capitão da PM, Allisson Wattson. Após o desaparecimento, o capitão ficou incomunicável durante dois dias, retornando apenas na sexta-feira (27) e afirmou não saber do paradeiro da jovem.

A Delegacia de Homicídios, coordenada pelo delegado Barêtta, assumiu as investigações. O capitão foi visto em um posto de lavagem às margens do Rio Parnaíba, a fim de lavar seu carro sujo de sangue. Allisson disse ao lavador de carros que o sangue era decorrente de pessoas acidentadas que ele havia socorrido.

Na tentativa de ocultar as provas do crime, o capitão trocou o estofado do veículo e tentou vendê-lo na cidade de Campo Maior, mas não conseguiu pelo forte cheiro de sangue que permanecia no carro.

Durante investigação, a polícia quis periciar o carro, mas Allisson disse ter vendido o veículo, mas não lembrava para quem. No dia 31 de outubro, o delegado Francisco Costa, o Barêtta, confirmou a morte da jovem. Já na parte da tarde, Allisson foi preso e indicou onde estava o corpo da estudante.

Na manhã de 1º de novembro, o corpo da estudante foi enterrado sob forte comoção no cemitério São Judas Tadeu. Laudo cadavérico da estudante Camilla Abreu concluiu que a jovem foi arrastada antes de morrer.

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