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DRACO reforça ações com a Polícia Penal Federal no combate a facções no Piauí

O resultado da integração já resultou no últimos seis meses de 2023 em aproximadamente 400 prisões.

O diretor do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (DRACO), delegado Charles Pessoa, concedeu entrevista ao GP1, na manhã desta quarta-feira (27), e falou sobre o trabalho que vem sendo desenvolvido pelo departamento, em conjunto com membros da Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPEN) e da Secretaria de Justiça do Estado do Piauí (SEJUS-PI), por meio de termo de cooperação entre a unidade especializada e os demais órgãos. O resultado da integração já resultou, de março a setembro de 2023, em aproximadamente 400 prisões executadas pelo DRACO.

Conforme o delegado Charles Pessoa, atualmente, a estrutura do departamento conta com o apoio da Polícia Penal Federal, com um membro de vasta experiência no monitoramento de fações criminosas.

“Uma das principais diretrizes da Secretaria de Segurança Pública do Piauí, do nosso secretário Chico Lucas e também da Policia Civil, por meio do nosso delegado geral, Luccy Keiko, é justamente desenvolver ações integradas com o intuito de desenvolver um trabalho mais eficiente de combate a essas facções criminosas. Como as facções criminosas tem uma atuação além do estado do Piauí, na verdade, uma atuação interestadual, a gente viu a necessidade de requerer a vinda de um policial penal federal para compor o nosso departamento e, então, foi firmado um termo de cooperação. É importante agradecer aos secretários da Secretaria Nacional de Políticas Penais (SENAPEN), Rafael Velasco Brandani, ao diretor de inteligência, Sandro Abel, por terem disponibilizado o policial penal federal, que é um policial que tem uma larga experiência, inclusive, no monitoramento de lideranças nacionais dessas facções criminosas. Hoje, ele compõe a equipe do departamento e com a chegada dele nós conseguimos desenvolver várias ações, inclusive, em outras unidades da federação. Então, a vinda dele foi muito importante e fez com que a gente aprimorasse ainda mais nossas atividades de combate a essas facções criminosas”, pontuou Charles Pessoa.

Foto: Lucas Dias/GP1Delegado Charles Pessoa
Delegado Charles Pessoa

Sistema penitenciário x atuação de facções

A atuação das facções no estado do Piauí passou a ser percebida pela população, sobretudo, com o crescente número de homicídios, notadamente, de pessoas cujo histórico é marcado por envolvimento com crimes de toda natureza.

Para o delegado Charles Pessoa, em função do avanço dos grupos criminosos organizados, nos últimos anos as forças de Segurança tiveram que se apresentar um passo à frente para dar o combate às facções. Uma das medidas foi a criação do Departamento de Repressão às Ações Criminosas Organizadas, priorizando recurso pessoal e material para a reprimir as facções.

“Essas facções com atuações aqui no Piauí são facções que migraram de outras unidades da federação para o nosso estado. Todas as facções criminosas que atuam em todas as unidades da federação são de bases prisionais, então elas surgiram dentro dos sistemas penitenciários. O sistema penitenciário piauiense, principalmente, de 2019 para cá, vem desenvolvendo um trabalho muito forte, com metodologias de ações de combate muito eficientes, principalmente, no que diz respeito no isolamento e na retirada de comunicação das pessoas que integram essas organizações criminosas. O sistema penitenciário do Piauí hoje é um sistema organizado, mesmo com a estrutura que temos, e hoje as facções criminosas não têm tanta força dentro do ambiente prisional, tanto que a gente está aplicando uma metodologia de combates extramuros e a organização do sistema é fundamental para que a gente consiga desenvolver esse trabalho fora do ambiente prisional. É por isso que nós trouxemos, além de um policial penal federal, um policial penal estadual que está compondo a equipe do DRACO, que é outro termo de cooperação assinado entre a Secretaria de Segurança Pública e a Secretaria de Justiça. Portanto, temos aqui diversas forças, como profissionais da Polícia Militar, policiais penais estaduais e temos um policial penal federal, com uma expertise extensa em todo o monitoramento de lideranças nacionais de combate a facções criminosas, além de, também, ter atuado em diversas forças tarefas em toda a federação”, explicou o delegado Charles Pessoa.

Foto: Lucas Dias/GP1Charles Pessoa
Charles Pessoa

Instituição do DRACO

“O DRACO foi instituído para combater as facções criminosas, que era uma proposta de campanha do atual governador Rafael Fonteles. Então, quando o DRACO foi instituído, foi pensado com esse propósito. Nós, várias unidades, muito mais além do que os próprios componentes do DRACO, desenhamos uma metodologia de combate as facções criminosas, que é pioneira no Brasil. A gente deflagra uma série de operações. O combate as facções criminosas aqui no Piauí não é um combate velado, é um combate ostensivo. A gente tem esses discursos realmente de combate, de que quem é estruturado, organizado e forte é o Estado e não esses grupos de indivíduos. A integração é necessária para que a gente consiga, justamente, desenvolver esse trabalho de forma eficiente, não apenas em razão da importância dessa integração em nível estadual, mas integração com outras forças de outras unidades da federação e também outras forças federais, a exemplo da Polícia Penal Federal”, ampliou o diretor do DRACO.

“Quando nós desenhamos o planejamento do DRACO, o dividimos em três opilares. Um pilar é relacionado as ações que são deflagradas, praticamente, todos os dias. Esse pilar dividido também em diversas fases, uma fase que é para identificar, outra para o mapeamento territorial, outra fase é para mapear personagens envolvidos nessas facções criminosas e identificar quem são esses personagens que exercem esse papel de liderança. Outro trabalho que fazemos é de remover as pixações das facções. Não menos importante, é o monitoramento permanente, tanto das pessoas que gente prendeu e encaminhamos para o sistema penitenciário, justamente, em razão com essa integração com a Secretaria de Justiça, e também o monitoramento de alguns investigados que a gente vai prender ainda e também de alguns que já retornaram para o convívio social. Outro pilar desses nossos planejamentos é justamente esse processo e capacitação continuada dos nossos operadores, com treinamentos para as equipes que compõe o nosso departamento, pois as nossas ações são complexas, porque a gente combate facções criminosas e a grande maioria dos nossos investigados são indivíduos com perfil e histórico criminal bem robustos, inclusive, com participações em muitos homicídios, a grande maioria com posse de armas de fogo, por isso a gente precisa de um treinamento adequado, não só para aquele momento de intervenção de efetuar a prisão, mas um treinamento também voltado para uma nova metodologia de trabalho. Por isso que eu digo que um policial do DRACO é um policial completo, porque é um policial que tem um conhecimento técnico para operar, deflagrar operações e esse mesmo policial adquiriu um conhecimento técnico para atuar na parte da telemática, de interceptação telefônica e de produção de conhecimento e desenvolver ações de investigação de campo. O policial que compõe o DRACO consegue desenvolver todas essas tarefas com excelência”, destacou.

Foto: Alef Leão/GP1Diretor do DRACO, Charles Pessoa
Diretor do DRACO, Charles Pessoa

“Outro pilar fundamental está relacionado à modernização, a modernização que eu me refiro é tanto a aquisições de equipamentos modernos de inteligência, voltados ao combate dessas facções criminosas, como, por exemplo, estrutura física, chegada de novos veículos, novos armamentos. Tudo isso está em fase de modernização, é tanto que o próprio DRACO está passando por um processo de reforma, essa sede é temporária e mesmo temporária nós já estamos aprimorando a nossa estrutura física. Mas o DRACO vai ganhar um novo prédio no próximo ano, uma estrutura extremamente moderna que não vai deixar a desejar para nenhuma unidade do DRACO de outros estados, principalmente, a respeito da região Nordeste. A gente demonstra realmente essa preocupação da atual gestão, tanto da Secretaria de Segurança Pública quanto da Policia Civil, de trazer um conforto para o policial que compõe, não apenas o departamento, mas para todos da segurança pública piauiense”, finalizou.

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