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Política

Wellington Dias está alimentando uma guerra surda entre seus aliados

O governo do Estado vem jogando tudo na pré-candidatura de Antônio José Medeiros, para ver se ela decola.

*Por Zózimo Tavares

Governo joga fichas em Antônio José

Por algum tempo, julguei que o candidato do governador Wellington Dias à sua sucessão fosse o senador João Vicente Claudino, do PTB. Por vários motivos. Um deles: o nome do senador tem a simpatia do Palácio do Planalto; outro: o senador foi um importante aliado na campanha de sua reeleição; mais um: JVC poderia montar o palanque, outra vez, para o governador, agora para a sua campanha ao Senado.

Quando o governador incentivou o PT a lançar o nome do secretário de Fazenda, Antônio Neto, entendi que fazia parte de sua estratégia para abrir espaço na “base governista” para João Vicente. O PT sabe mais do que ninguém que o secretário de Fazenda é muito tímido para seu gosto e que, portanto, não se sobressairia como candidato a governador.

Assim, o nome forte da “base” continuaria sendo o do senador. Não sei o que houve, mas o governo alterou radicalmente seus planos. Para tanto, substituiu, da noite para o dia, o nome de Antônio Neto pelo do secretário de Educação, deputado federal Antônio José Medeiros, este, sim, um petista que sabe se mexer no movediço terreno da política, sempre com apetite de poder.

O governo do Estado vem jogando tudo na pré-candidatura de Antônio José Medeiros, para ver se ela decola. O secretário passou a ser uma presença frequente na mídia. Por último, se submeteu até a ser garoto-propaganda do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), só para estar na mídia. Só para tentar aparecer bem nas próximas pesquisas de intenção de voto.
Além disso, o pré-candidato petista tem procurado estar em locais onde haja concentração de pessoas. Já participou até, no Verdão, de aulas de revisão dos cursinhos populares bancados pela Secretaria de Educação, numa demonstração de que tem gás e garra para se tornar um candidato competitivo.

Não é assim que o governador Wellington Dias vai conseguir a unidade da “base”, como tem dito publicamente, numa estratégia para viabilizar, manhosamente, a sua candidatura ao Senado com o apoio de todo o blocão. Na verdade, ele está é alimentando uma guerra surda entre seus aliados. Como advertiu recentemente o deputado peemedebista Warton Santos, um dos governistas mais convictos, não será surpresa “se voar caco de governo para todo lado”.

*ZÓZIMO TAVARES, EDITOR CHEFE DO JORNAL DIÁRIO DO POVO

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