Prefeito de Picos Gil Paraibano proíbe a realização de carnaval em locais públicos

Alegando a necessidade de manter o sossego da população em área residencial, o prefeito de Picos Gil Marques de Medeiros, o Gil Paraibano (PMDB), baixou na última quarta-feira, 2 de março, Decreto Municipal nº 13/2011, proibindo a realização de eventos carnavalescos em locais públicos, principalmente na Praça do Mercado no Bairro Junco e na Praça de Alimentação das Pizzarias, no centro.

A medida foi recebida com indignação pelos diretores de blocos carnavalescos alternativos e pelos foliões de um modo geral, principalmente a juventude, tendo em vista que o prefeito Gil Paraibano além de acabar com o carnaval de rua na cidade, ainda proíbe a iniciativa privada de promover eventos relativos á festa de momo.
Com a decisão do prefeito Gil Paraibano de não realizar o carnaval de rua e proibir a utilização de locais públicos para eventos relativos à festa, quem mais perde é a população pobre, que não tem condições de adquirir um abadá dos blocos mais tradicionais que vão promover suas festas fechadas nos clubes da cidade.

Como não têm condições de adquirir um abadá, os jovens da periferia acreditavam que poderiam brincar o carnaval na Praça de Alimentação, localizada na rua Monsenhor Hipólito ou então na praça do bairro Junco, mas com a proibição do prefeito não restou outra alternativa para eles que não seja ficar em casa.
Durante a entrega dos abadás do bloco Abagaceira na tarde desta quinta-feira, 3 de março, no Picoense Clube, diversos foliões protestaram contra a medida do prefeito, classificando-a como arbitrária e absurda e muitos chegaram a dizer que, além de não promover a festa mais tradicional da cidade, o prefeito ainda quer proibir o povo de se divertir a sua própria custa.

Decreto

Segundo o decreto, fica proibida a utilização de estrutura de som móvel e/ou estrutura de som automotivo no período carnavalesco de 05 a 08 de março de 2011, na Praça de Alimentação na rua Monsenhor Hipólito e na praça do mercado do bairro Junco a partir das 23 horas. “Quem desobedecer terá o equipamento de som apreendido para o devido procedimento jurídico cabível”, adverte comunicado da Secretaria Municipal do Meio Ambiente.
Ao baixar o decreto o prefeito Gil Paraibano justificou que o mesmo era necessário para evitar a violação do sossego público em área residencial, acrescentando que sua decisão foi baseada nos artigos 42, III e 65 da Lei de Contravenções Penais, bem como na Lei nº 2.230, de 09 de outubro de 2006, que dispõe sobre o controle da poluição sonora no município de Picos.

Segundo o secretário municipal do Meio Ambiente e Recursos Hídricos Antonio Evêncio Sobrinho, o decreto tem o apoio da própria pasta que ele dirige, do Ministério Público e das Polícias Civil e Militar, que serão acionadas caso alguém desobedeça ao que foi determinado pelo prefeito Gil Paraibano.