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Política

PSDB discorda de nova convocação de Marconi Perillo e promete "total revide"

Declaração foi dada pelo líder do partido na Câmara, Bruno Araújo.

O PSDB é contra um segundo depoimento do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), à CPMI do Cachoeira. Em entrevista nesta quarta-feira (18), o líder do partido na Câmara, deputado Bruno Araújo (PE), disse que o novo requerimento apresentado para ouvir o tucano se trata de uma nítida ação político-partidária e avisou: "terá total revide".

Araújo está em Goiânia para prestar condolências a Perillo. A mãe do governador, Maria Pires Perillo, de 74 anos, morreu nesta madrugada, por falência múltipla dos órgãos em decorrência de um câncer.

Imagem: Gabriela Lima/G1Bruno Araújo conversa com Jayme Rincón durante velório em Goiânia (Imagem:Gabriela Lima/G1)Bruno Araújo conversa com Jayme Rincón durante velório em Goiânia

Durante o velório, no Cemitério Parque Memorial, o deputado conversou com o presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, sobre a escuta gravada pela PF em que o gestor goiano conversa com o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, preso durante a Operação Monte Carlo e acusado de comandar um esquema de jogos ilegais no estado e corrupção de agentes públicos. Rincón vai depor à CPI no dia 22 de Agosto.

O deputado desqualificou as gravações divulgadas. "As escutas são postas de forma pulverizada. Pinçam as coisas que querem para montar uma história", disse Araújo. Para o deputado pernambucano, os contratos do governo de Goiás e o episódio da venda da casa de Perillo estão sendo usados para encobrir "grande falcatruas da Delta com o governo federal" e, sobretudo, tirar o foco do julgamento do mensalão, marcado para o mês de agosto.

Neste fim de semana, reportagem da revista "Época" mostrou relatório da Policia Federal segundo o qual Perillo tinha um "acerto" para receber propina da Construtora Delta, através de Cachoeira, em troca da liberação de pagamentos por serviços da empreiteira prestados ao estado. A propina, de R$ 500 mil, teria sido embutida no pagamento a Perillo por meio da venda de sua casa, a mesma em que o bicheiro foi preso.

Perillo classificou como “infame e desleal” a afirmação de um suposto acerto para que o atual governo do estado pagasse em dia as faturas da empresa Delta. Em nota enviada à imprensa na segunda (16), ele reafirmou não ter tratado da venda da casa com a empreiteira nem com o contraventor. Também apresentou um estrato de pagamentos feitos à construtora em 2011 para mostrar que ele ocorrem de forma regular, e não apenas nos meses em que mostrou a reportagem.

Araújo argumenta que o PSDB governa metade da população e do Produto Interno Bruto (PIB) do país - com governadores em sete estados, entre eles São Paulo, o mais rico e mais populoso -, no entanto, detém apenas 6% dos contratos com a empreiteira suspeita de ter ligação com Cachoeira. "Cerca de 94% dos contratos públicos da Delta estão nas mãos de PT, PR e PMDB", reclamou.

Imagem: Gabriela Lima/G1Emocionado, Perillo recebe condolências de  políticos e familiares (Imagem:Gabriela Lima/G1)Emocionado, Perillo recebe condolências de políticos e familiares

O deputado de Pernambuco criticou duramente a atuação do vice-presidente da CPMI, Paulo Teixeira (PT-SP). "O vice-presidente usurpou o lugar do relator, antecipou o julgamento falando em indiciamento do governador. Na ânsia de bajular uma incumbência partidária, eles estão se atropelando", disse, antes de sair para almoçar como Marconi Perillo.
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