Em entrevista à Folha de S. Paulo, o advogado de Lula e ex-presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Sepúlveda Pertence, afirmou que está trabalhando de graça para o ex-presidente. O advogado, que tem 80 anos, disse que caso o ex-presidente seja preso, entrará imediatamente com um pedido de habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça.
“Ora, quando se é preso, o que você faz? O primeiro caminho constitucional é o habeas corpus. Se alguém for preso, o caminho não é único, mas o mais expedido, é o HC, independentemente de recurso extraordinário ou recurso especial contra o acórdão do TRF-4. E vamos enfrentar os aspectos materiais da decisão do TRF: concurso material, corrupção passiva e lavagem de dinheiro”, afirmou o advogado.
- Foto: Agatha Gameiro/Framephoto/Estadão ConteúdoLuiz Inácio Lula da Silva
Questionado como Lula estaria lidando com a possibilidade da prisão, Sepúlveda diz que conversou rapidamente com o ex-presidente no telefone e disse que ele “estava tranquilo, disposto a lutar, esgotar todos os meios jurídicos”.
Sepúlveda desmentiu que seus honorários girassem em torno de R$ 50 milhões no caso do petista. “De graça [honorários[]. Estamos advogando também para o José Serra e o ex-presidente José Sarney e na criação da Rede, com Marina Silva. Tudo de graça. Só não para o Aécio Neves porque havia conflito. Presidenciáveis e ex-presidentes [trabalho] de graça”, disse Sepúlveda.
Como conheceu Lula
“Há quase 40 anos eu estava em casa, conhecia-o pelos jornais. Abro a porta e recebo o doutor Simaringa Seixas, meu amigo de longa data, com Lula, para instar-me a participar de sua defesa no dia seguinte. Tenho relações com Lula, seja antes, durante ou depois da sua passagem pela Presidência. Uma relação de amizade. Quero falar de uma angústia da qual participo, que é com ambiente de intolerância que se tem estabelecido nesses tempos de punitivíssimo. Seja nas assembleias, na imprensa, na conversa de botequim. Isso é o maior risco para a democracia. Passei 20 anos batalhando contra o regime autoritário. Acredito que nem em fases mais agudas tenha havido tanta intolerância", finalizou Sepúlveda Pertence.
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