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Alcolumbre diz que crise no governo não vai atrapalhar reforma

Desavenças entre o ministro Gustavo Bebianno e o vereador Carlos Bolsonaro causa preocupações entre membros do governo e a base no Congresso.

O presidente do Senado Federal, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse na manhã desta sexta-feira, 15, que a tensão instalada entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, que causou preocupações entre membros do governo e a base no Congresso, não atrapalha o andamento da reforma da Previdência nas Casas.

"Essa crise é do governo, o governo tem que dar uma solução. O Senado nem deve interferir. Acho que não (trava o andamento da reforma)", disse a jornalistas, após encontro de pouco mais de uma hora com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada.

  • Foto: Dida Sampaio/Estadão ConteúdoDavi Alcolumbre Davi Alcolumbre

O caso, que tem origem em suspeitas de financiamento de candidaturas laranjas pelo PSLe desavenças antigas entre o ministro e o vereador Carlos Bolsonaro, chegou ao seu ponto de ebulição após o presidente admitir a possibilidade de Bebianno sair do governo. A crise ocorre no momento em que o Planalto tenta manter coesão para as negociações da pauta de votação mais importante no Legislativo, a da reforma da Previdência.

O presidente do Senado Federal também reforçou que depois de o governo federal bater o martelo sobre a idade mínima na reforma da Previdência, caberá agora ao Congresso Nacional debater a proposta.

"Vamos ter de debater. [A proposta] está apresentada. Enfim o governo tomou sua decisão. Agora, o Congresso, soberanamente e ouvindo a sociedade, vai tomar sua decisão", disse.

Alcolumbre contou que o presidente reafirmou a autoridade do Congresso para debater a proposta. "E eu disse a ele que estamos preparados para debater e convencer os parlamentares", disse. Este foi o primeiro encontro entre os dois desde que o parlamentar assumiu o comando do Senado.

"O Senado pode dar contribuição muito grande quando estiver discutindo a proposta. Os líderes partidários, numa interlocução dentro da própria CCJ do Senado, vão conversar dentro de uma subcomissão especial de acompanhamento. Essa estrutura está sendo construída para acompanhar pari passu o que acontece na Câmara dos Deputados", disse Alcolumbre.

Deputados cobram ação do governo

Deputados simpáticos à reforma da Previdência também estão apreensivos com a crise que envolve o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno. O temor é que a situação política afete – ou até impeça – a votação de reformas como a da Previdência, que deve ser apresentada ao Congresso na próxima semana.

Ainda na quinta-feira, 14, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que o presidente Jair Bolsonaro (PSL) "tem que comandar a solução (da crise) e não pode misturar família com isso porque sinaliza insegurança para todos". Maia lembrou da reforma da Previdência e declarou que é hora do governo "sinalizar liderança e unidade".

Já o deputado Samuel Moreira (PSDB-SP), repercutindo pelo Twitter a capa do Estadodesta sexta-feira, 15, que fala sobre a reforma da Previdência, escreveu que "o governo não pode perder o foco e gastar energia com questões que devem ser investigadas pela polícia ou pela Justiça Eleitoral". O tucano cobrou foco ao governo, que, segundo ele, "deve ser a reforma da Previdência". Ainda mais enfático foi o deputado Marcelo Aro(PP-MG), também pelo Twitter. "O que passa na cabeça do cidadão pra fazer uma m... dessa? Será que essa turma não entende que essa palhaçada pode nos custar a reforma da Previdência?", indignou-se.

Outro parlamentar preocupado com a influência da crise é o deputado Rubens Bueno(PPS-RJ), que disse que o "o presidente precisa urgentemente estancar esse processo para não deixar que ele contamine todo o restante do governo e inviabilize a votação das reformas". Bueno também questionou a influência dos filhos do presidente Bolsonaro no governo. "Se o presidente não consegue controlar as intromissões de sua família, como é que vai controlar o governo?", emendou.

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