O presidente Jair Bolsonaro planeja mudanças no Marco Civil da Internet para frear o que classifica como “cerceamento” digital em seus perfis e de aliados. Ao menos 18 vídeos e posts publicados pelo presidente desde o início da pandemia foram removidos pelo Twitter, Instagram e YouTube.
A intenção é proibir a remoção de publicações sem autorização judicial e, em última instância, impedir uma suspensão, como ocorreu com o ex-presidente americano Donald Trump. Na semana passada, o Twitter informou que o perfil do republicano, suspenso desde janeiro, seguirá fora do ar por dois anos.
A discussão sobre regular as redes chegou ao Comitê Gestor da Internet no Brasil. Segundo o CGI, formado por diversos setores da sociedade - inclusive pelo governo federal, com 42% das cadeiras -, foi criado um grupo de trabalho dedicado a essa análise.
A Câmara dos Deputados já realizou uma audiência pública a respeito, mas sem a participação de representantes do governo. Quem ficou com a atribuição de defender a proposta foi a deputada bolsonarista Carla Zambelli (PSL-SP). “As plataformas estão praticamente sendo juízes da decisão de conteúdos que a gente tem na internet hoje”, reclamou. A parlamentar informou que teve 19 vídeos removidos pelo Facebook.
No último dia 27, o Youtube também removeu um leva de 12 vídeos postados no canal do presidente que defendiam o chamado tratamento precoce contra a covid-19, como a cloroquina e a ivermectina. Ao menos uma gravação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, sobre o mesmo tema também saiu do ar. “Censura também mata”, disse ele.
Youtube retirou do ar também o nosso O Brasil Precisa Saber com a Dra. Nise Yamaguchi.
— Eduardo Bolsonaro???????? (@BolsonaroSP) May 28, 2021
O facebook já reconheceu que errou ao retirar do ar posts sobre determinado medicamente que se comprovou posteriormente eficaz contra COVID.
A censura também mata.
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