O presidente Jair Bolsonaro sinalizou nesta segunda-feira, 26, que vai manter cerca de R$ 4 bilhões de verba destinada às campanhas dos partidos para o ano que vem.
Bolsonaro disse que vetará o "extra de R$ 2 bilhões" do valor estabelecido pelos parlamentares na votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2022. O presidente alegou novamente que incorreria em crime de responsabilidade caso cortasse integralmente a verba do chamado ‘fundão’.
“(Quero) deixar claro uma coisa: vai ser vetado o excesso do que a lei garante. A lei (prevê) quase R$4 bilhões. O extra de R$ 2 bilhões vai ser vetado. Se eu vetar o que está na lei, eu estou em curso de crime de responsabilidade”, justificou aos apoiadores na manhã desta segunda-feira, 26, na saída do Palácio da Alvorada. Bolsonaro ainda não recebeu o texto da LDO. Assim que receber, terá 15 dias para sancioná-lo ou vetá-lo.
O presidente tem dito que o valor do fundão deve contemplar o reajuste inflacionário; na semana passada, afirmou que a correção significaria valor "na casa dos R$ 3 bilhões".
Na conversa com apoiadores, Bolsonaro também se queixou de críticas e admitiu a possibilidade de não chegar ao segundo turno das eleições presidenciais de 2022. “Espero não apanhar do pessoal como sempre. Se o pessoal começar a bater muito vai escolher no segundo turno Lula ou Ciro”, disse o presidente.
O presidente também voltou a questionar a segurança das urnas eletrônicas e cobrou a implementação do voto impresso para o pleito do ano que vem. “Tá na cara que querem fraudar, de novo. Eleições democráticas são aquelas que você confirma o seu voto”, disse.
Bolsonaro informou que vai apresentar, na próxima quinta-feira, 29, em uma live, provas de que houve fraudes em eleições anteriores. De acordo com o presidente, essas provas teriam sido fornecidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele disse que poderá transmitir a live direto do Ministério da Justiça.
“São três momentos que é inacreditável o que a gente vai mostrar com fotografias, de dados fornecidos pelo próprio TSE. Se bem que faltam mais dados ainda que não entregaram pra gente. Então logo a gente concluiu isso daí, que o trabalho não é fácil. Se bem que agora já da pra demonstrar claramente, até pela maneira como o ministro Barroso está se posicionando, está esquisito”, disse o presidente.
Supernotificações
Bolsonaro voltou a falar sobre dirigentes regionais no combate à pandemia. Ele sugeriu que Estados e municípios inflaram o número de casos e mortes por covid para obter mais repasses do governo federal. "Quantas vezes vocês já ouviram falar, ou viram vídeos, a pessoa chegou no hospital, não tinha covid, foi pra UTI de covid, porque custa R$2.000 UTI de covid. A UTI normal, R$ 1.000 reais. Então, é interesse de super notificação", declarou o presidente.
Ver todos os comentários | 0 |