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Saúde

OMS pede cuidado para os países que estão reduzindo a quarentena

Organização Mundial da Saúde afirmou que mudança não pode ser de uma só vez e que é preciso cautela; entidade também destacou que máscaras não são alternativa à quarentena.

Autoridades da Organização Mundial da Saúde (OMS) pediram nesta segunda-feira, 13, que os países que vão flexibilizar a quarentena o façam de maneira lenta e cuidadosa. A entidade listou ainda seis critérios que os países devem seguir ao adotar essa medida, sob o risco de verem a pandemia do novo coronavírus avançar novamente.

"As medidas de controle de circulação devem ser tiradas lentamente e com cuidado. Não pode acontecer de uma só vez", alertou o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, alertando que isso só pode ocorrer se as medidas corretas de saúde pública estiverem em vigor, incluindo capacidade significativa de rastreamento de pessoas que entraram em contato com pacientes contaminados.

Tedros alertou, no entanto, que a covid-19 avança muito rápido e desacelera muito mais lentamente. "Mas enquanto alguns países estão pensando em como aliviar as restrições, outros estão pensando em introduzi-las - especialmente países de baixa e média renda na África, Ásia e América Latina", ressaltou.

O diretor-geral ponderou que em países com populações pobres, os pedidos para que as pessoas fiquem em casa e outras restrições de circulação usadas em países de alta renda são difíceis de serem implementadas. "Muitas pessoas pobres, migrantes e refugiados já estão vivendo em condições de superlotação, com poucos recursos e pouco acesso aos cuidados de saúde. Como você sobrevive a um lockdown quando depende de seu trabalho diário para comer?", questionou.

Ele afirmou que cada governo deve avaliar sua situação, protegendo todos os seus cidadãos, especialmente os mais vulneráveis. Segundo Tedros, é preciso encontrar um equilíbrio entre as medidas de restrição de circulação e os impactos socioeconômicos.

Critérios para flexibilizar a quarentena

Para os países que querem flexibilizar as regras, a OMS listou alguns critérios. Dois deles são a necessidade de a transmissão local estar controlada e de haver capacidade no sistema de saúde para detectar, testar, isolar e tratar os infectados pela covid-19. A entidade afirma, com isso, que os riscos de surtos são minimizados, especialmente em locais como instalações de saúde e asilos.

Também pede que os países implementem medidas preventivas em locais de trabalho e escolas, e que tomem cuidado nas fronteiras para que não haja "casos importados". Por fim, diz que a comunidade local deve estar completamente engajada e conscientizada para que se ajuste a essa nova forma de vida. A entidade publicará um documento completo com essas orientações na terça.

Máscaras

As autoridades da OMS também ressaltaram que o uso de máscaras não serve como uma alternativa à quarentena. "A OMS vai apoiar países que querem implementar uma estratégia mais ampla de usar máscaras ou de cobrir o rosto, desde que seja parte de uma estratégia mais abrangente", disse o chefe de emergências da OMS, Michael Ryan.

A estratégia mais ampla inclui medidas como testes em massa, isolamento e tratamento dos contaminados, além de higiene das mãos e engajamento das comunidades. "Você não pode substituir uma quarentena por 'nada'. Você precisa substituir a quarentena por (ter) uma comunidade profundamente educada, comprometida e engajada", recomendou. "Teremos de ter esses comportamentos adaptados em termos de higiene pessoal e distanciamento físico por um longo tempo".

Cloroquina

A entidade foi questionada sobre o uso da cloroquina e da hidroxicloroquina no tratamento ao coronavírus, mas voltou a afirmar que não há evidências científicas de que elas tratam o coronavírus. Indicações iniciais mostraram que o remédio teve efeitos positivos, mas ela está sendo testada em todo o mundo.

"A comunidade médica e científica está levando a sério o potencial da hidroxicloroquina e da cloroquina", disse Michael Ryan. "Mas não há evidências empíricas e nem evidências de testes. Os médicos estão sendo cautelosos ao olhar os efeitos colaterais e estamos aguardando os resultados dos testes".

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