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Saúde

Ministério da Saúde recomenda imunizar grávidas sem comorbidades

Orientação é aplicar doses de imunizantes que não contenham vetor viral, como Coronavac e Pfizer.

O Ministério da Saúde anunciou nesta quinta-feira, 8, novas recomendações para a imunização de grávidas contra a covid-19. A orientação do Programa Nacional de Imunizações (PNI) é para vacinar mulheres grávidas sem comorbidades com as vacinas Coronavac e com o imunizante da Pfizer. Além disso, a pasta recomenda que não haja intercambialidade de vacinas, ou seja, a aplicação de uma dose de uma vacina e a segunda com um imunizante diferente. Estados e cidades já anunciaram a mudança de imunizantes em gestantes.

“A Câmara Técnica do PNI entendeu que deveria inclui-las novamente”, disse o ministro Marcelo Queiroga sobre a vacinação das grávidas que não fazem parte do grupo prioritário. Antes, a aplicação de imunizantes para este grupo estava suspensa. Em maio, já havia uma orientação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para interromper a vacinação de grávidas com doses da Astrazeneca e o ministério suspendeu o uso do imunizante para o grupo após a morte de uma gestante.

A orientação do ministério é baseada no perfil de risco-benefício. De acordo com a pasta, o retorno deste grupo à vacinação se dá por análises técnicas e fatores como o número de mulheres grávidas mortas por covid-19, que é de 39 por 100 mil habitantes, indicativo maior que o da população em geral. A pasta afirma, por meio de uma nota técnica, que podem ser vacinadas gestantes e puérperas a partir dos 18 anos, independentemente de riscos adicionais e do período de gestação, mas que a imunização fica condicionada à prescrição médica.

Por outro lado, o ministério recomendou a suspensão do uso das vacinas da AstraZeneca e da Janssen, devido aos riscos adversos para as mulheres em gestação. A medida atinge os imunizantes que usam vetor viral recombinante.

Questionado sobre a intercambialidade de vacinas para grávidas que já tomaram a primeira dose da AstraZeneca, Queiroga afirmou que a estratégia não é aplicável neste momento. “Há motivos para uma estratégia de intercambialidade, mas ainda faltam evidências científicas.”

A recomendação do ministério é de que as que foram vacinadas com o imunizante completem o esquema vacinal após o puerpério. A pasta afirmou que acompanha todos os casos de gestantes que tiveram alguma reação a vacinas.

De acordo com a pasta, 313.235 grávidas foram vacinadas contra a covid-19 até o momento. Deste total, pouco mais de 48 mil tomaram a vacina da AstraZeneca, 201.452 foram imunizadas com a da Pfizer e 63.581 tomaram a Coronavac. Ainda de acordo com o ministério, ocorreram 439 eventos adversos entre vacinadas, sendo 415 não graves e 24 graves. Foram registrados quatro óbitos após vacinação, mas apenas um tem relação com a vacina comprovada. O Ministério da Saúde reforça a segurança de imunizantes disponíveis no País e recomenda que a população continue a se vacinar.

Segundo um boletim divulgado pelo Observatório Covid-19 Fiocruz, a taxa de letalidade deste grupo é de 7,2% e 1.560 grávidas morreram de coronavírus até o mês passado. Em 2020, foram registradas 554 mortes pela doença no País, segundo o Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19.

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