O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, confirmou nesta sexta-feira (16) que a China suspendeu temporariamente a importação de carne de frango do Brasil. A decisão ocorre após a detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma granja de aves comerciais no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul.
A informação foi antecipada pela CNN Brasil e veio à tona um dia após o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) divulgar, na quinta-feira (15), a confirmação do primeiro foco da doença em um sistema de produção comercial brasileiro.
Impacto imediato nas exportações
A China é o maior comprador de carne de frango do Brasil. A suspensão representa um impacto significativo no setor, mesmo com o governo brasileiro reforçando que não há risco para o consumo humano de carne de frango ou ovos.
Em nota oficial, o Mapa destacou que o vírus não é transmitido por meio da ingestão de alimentos e que todos os produtos de origem avícola continuam passando por rigorosa inspeção sanitária. "Não há necessidade de restrições ao consumo", reforçou a pasta.
Doença e medidas de contenção
A gripe aviária é causada por um vírus que circula desde 2006 em países da Ásia, África e Europa. No Brasil, até então, todos os casos haviam sido registrados em aves silvestres. A confirmação em uma granja comercial acende um alerta para o setor, embora os casos de infecção em humanos sigam raros e geralmente ocorram em pessoas com contato direto com aves doentes.
Com o registro no Rio Grande do Sul, o governo brasileiro colocou em prática o Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária, que prevê ações rápidas de contenção do foco, eliminação segura dos animais afetados e proteção da cadeia produtiva.
Brasil tenta conter danos à imagem sanitária
Apesar das medidas adotadas, a decisão da China foi de suspender as compras de frango de todo o território brasileiro, e não apenas da região afetada. O movimento é visto como um revés comercial relevante, especialmente diante da importância estratégica do mercado chinês para a avicultura nacional.
O Ministério da Agricultura trabalha agora para reverter a decisão e manter a confiança internacional na qualidade sanitária da produção brasileira, considerada uma das mais avançadas do mundo em controle e rastreabilidade.
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