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Hampton Court é um castelo localizado nas cercanias de Londres, Inglaterra, famoso por ser a casa (ou o castelo) de campo dos reis e rainhas ingleses. Construído onde outrora se localizara um convento da ordem de São João de Jerusalém, apresenta dois estilos arquitetônicos em destaque, o Tudor e o Barroco.

No seu interior, é possível encontrar diversas salas dedicadas aos regentes de vários períodos. O acervo de obras de artes em exposição é modesto, entretanto penduradas em suas rústicas paredes podem ser encontradas diversas tapeçarias de alguns períodos da história britânica.

Uma peça em especial chamou-me a atenção. Sobre uma bela, e já desgastada pelo tempo, lareira, pode-se observar uma tapeçaria com motivo filosófico, em contraste com as várias outras obras expostas com diversos temas religiosos e históricos peculiares da história inglesa. Nela, observa-se um belo desenho do encontro de Alexandre, o Grande, o general macedônico mais célebre do mundo antigo e o filósofo Diógenes, o cínico.

Alexandre ficou conhecido por suas conquistas, que abrangiam regiões que compreendiam o atual Egito e a Índia. Já Diógenes de Sinope, pertencia à escola dos cínicos e foi o exemplo vivo que perpetuou a indiferença cínica perante o mundo. Desprezava a opinião pública e parece ter vivido em uma pipa ou barril. Seus únicos bens eram um alforje, um bastão e uma tigela (que simbolizavam o desapego e auto-suficiência perante o mundo).

Segundo a lenda, durante a conquista da Grécia, Alexandre teria se dirigido à casa (barril) de Diógenes e colocando-se a entrada da casa/barril enquanto o filósofo tomava seu banho de sol, perguntou o que ele gostaria que o imperador lhe fizesse. Diógenes respondeu-lhe que gostaria que ele saísse da frente do sol. Adimirado, o Imperador teria dito que se não fosse Alexandre gostaria de ser Diógenes.

Ambos viveram segundo suas convicções e estilo, Alexandre ao uso do argumento da força e Diógenes, da força do argumento. Conta a lenda que ambos teriam morrido no mesmo dia.

Boa sorte a (nós) todos.

Londres/UK, 06 de julho de 2009.

José Anastácio de Sousa Aguiar

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

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