Vivemos uma era em que, para cada sintoma, existe um comprimido. A medicalização excessiva da sociedade tem feito com que muitos profissionais da saúde recorram à prescrição de medicamentos potentes sem esgotar antes alternativas mais seguras e saudáveis. Em alguns casos, o que deveria ser solução se transforma em problema.
Um exemplo preocupante é o Venvanse, um medicamento amplamente prescrito para o tratamento do Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). O que poucos pacientes sabem é que ele contém anfetaminas – substâncias estimulantes do sistema nervoso central, conhecidas por causar dependência e uma série de efeitos colaterais, como insônia, ansiedade, aumento da pressão arterial e até problemas cardíacos.

Embora o remédio possa trazer benefícios em alguns casos específicos, a prescrição tem se tornado cada vez mais comum, inclusive para adolescentes e jovens adultos, muitas vezes sem o devido acompanhamento multidisciplinar. O resultado disso é o uso contínuo de uma substância com alto poder de alteração neuroquímica, que pode afetar o humor, o apetite, o sono e o equilíbrio emocional.
Isso não significa que todos os remédios sejam ruins – mas sim que a população precisa ser mais bem informada sobre os riscos dos efeitos colaterais e que alternativas como mudanças no estilo de vida, atividade física regular, alimentação saudável, acompanhamento psicológico e práticas integrativas deveriam ser exploradas antes do uso de medicamentos controlados.
É hora de questionar: estamos tratando doenças ou apenas silenciando sintomas com substâncias que, a longo prazo, podem causar ainda mais danos?
*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1
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