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Ex-presidente do BNDES é indiciado por corrupção passiva pela PF

A primeira-dama de Minas Gerais, Carolina de Oliveira, também foi indiciada.

O ex-presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, e a primeira-dama de Minas Gerais, Carolina de Oliveira, foram indiciados por corrupção passiva pela Polícia Federal na Operação Acrônimo, após a PF apresentar relatório ao Tribunal Superior de Justiça (STJ) apontando que ambos favoreceram ilegalmente o grupo empresarial francês Casino em 2011. A PF também constatou a participação do governador de Minas, Fernando Pimentel, que na época era ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços e presidia o Conselho de Administração BNDES, no entanto, o gestor possui foro privilegiado e não pode ser julgado na justiça comum.

De acordo com o Estadão, Coutinho e o governador se articularam em 2011 para impedir a concretização de um empréstimo do BNDES para o empresário Abílio Diniz, proprietário do então Grupo Pão de Açúcar, que pretendia realizar uma fusão com o Carrefour. Na época Diniz e o grupo Casino disputavam o controle do Pão de Açúcar.

  • Foto: Renato Costa /Framephoto/Estadão ConteúdoLuciano CoutinhoLuciano Coutinho

Segundo a PF, o grupo francês efetuou um pagamento de R$ 8 milhões a empresa MR Consultoria, que repassou 40% do valor à Carolina de Oliveira. Em troca, Pimentel e Coutinho deveriam incluir uma cláusula contratual em desfavor de Diniz, a fim de dificultar a cessão do crédito. A cláusula exigia a obrigatoriedade do Pão de Açúcar de não possuir qualquer disputa judicial.

Foram indiciados por corrupção passiva, além de Coutinho e Carolina, o empresário e jornalista Mário Rosa, proprietário da MR Consultoria. Os executivos Ulisses Kameyama e Eduardo Leônidas, do grupo Casino, foram indiciados por corrupção ativa, sob acusação de terem intermediado os pagamentos.

"Todos os indícios obtidos apontam que Fernando Pimentel, utilizando-se do seu cargo, foi auxiliado por Luciano Coutinho com o escopo de atender a solicitação feita pelo ministro do MDIC, para viabilizar a inserção de cláusula condicionante de ausência de litígio no pedido de apoio financeiro apresentado pelo empresário Abilio Diniz junto ao BNDES", diz um trecho do relatório assinado pela delegada da PF, Denisse Dias Rosas Ribeiro.

O que dizem os acusados

O advogado de Fernando Pimentel se pronunciou por meio de nota e afirmou que o governador "repele veementemente" a conclusão do relatório da Polícia Federal. A defesa de sua esposa, Carolina de Oliveira, alegou que o relatório é “mais uma tentativa de manter de pé uma investigação frágil e eivada de irregularidades, que se arrasta há mais de 2 anos e que jamais encontrou qualquer ligação ilícita entre os envolvidos".

Luciano Coutinho, por sua vez, ressaltou que todas as ações tomadas por ele no processo de fusão entre Carrefour e Pão de Açúcar "estiveram dentro da mais absoluta legalidade e lisura".

O jornalista Mário Rosa afirmou que contra ele nunca foi encontrado algo comprometedor. Ulisses Kameyama e Eduardo Leônidas não foram localizados.

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