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Ministro de Lula é investigado por relação criminosa com empresário

Segundo a PF, o ministro teria se beneficiado de obras pela Construservice em propriedades suas.

A Polícia Federal (PF) apontou que o ministro das Comunicações do Governo Lula (PT), Juscelino Filho (União Brasil-MA), estabeleceu uma relação criminosa com o dono da empreiteira Construservice, que é investigada sob a suspeita de desvios de contratos da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf). Segundo a PF, o ministro teria contratado a referida empreiteira para obras que, supostamente, beneficiaram propriedades dele.

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, a suspeita da PF se baseia em conversas obtidas no celular do empresário Eduardo José Barros Costa, mais conhecido como Eduardo DP. Na ocasião do descobrimento das conversas, Juscelino era deputado federal.

Foto: Reprodução/Redes SociaisPresidente Lula e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho
Presidente Lula e o ministro das Comunicações, Juscelino Filho

Apesar de não aparecer como sócio em registros oficiais, Eduardo DP é apontado nas investigações como o real proprietário da Construservice, que tem contratos milionários com a Codevasf, pagos através de emendas parlamentares.

Detalhes da investigação

Segundo a PF, as mensagens analisadas reforçam “a atuação criminosa de Juscelino Filho” e demonstram que a “sua função na Orcrim (organização criminosa) era conhecida por todos os membros” do grupo que supostamente é chefiado por Eduardo DP. Dessa forma, “resta cristalina a relação criminosa pactuada entre Juscelino Filho e Eduardo DP", diz trecho de um relatório da PF.

A PF obteve as mensagens após a apreensão do celular de Eduardo DP, em julho de 2022, quando a primeira fase da operação chamada Odoacro estava em curso. As conversas são do período de 2017 a 2020.

Na época, a operação mirou contratos da Construservice bancados com emendas parlamentares, mas Jucelino ainda não era deputado federal. O atua ministro entrou na mira da investigação por conta de conversas obtidas em 2022 e por conta de obras de pavimentação contratadas com a referida empreiteira na cidade da irmã dele, a ex-prefeita de Vitorino Freire (MA), Luanna Rezende.

A PF sustenta que o ministro se beneficiou de convênios bancados com emendas parlamentares indicadas por ele, para custear obras na cidade da irmã de duas formas. A primeira é de que os contratos teriam beneficiado propriedades do ministro e, em segundo lugar, o ministro "obtém vantagens indevidas" por meio de transferências bancárias a intermediários e para uma empresa de fachada que seria dele.

O que diz a defesa do ministro

Procurada pela Folha, a assessoria do ministro enviou nota assinada por seus advogados, segundo a qual, não há nada ilegal nas obras e chama de "ilação absurda" qualquer suspeita de benefício pessoal de Juscelino por meio das emendas.

"Não há qualquer irregularidade nas obras, cujas emendas atendem a demandas da população, conforme já esclarecido às autoridades. Emendas parlamentares são um instrumento legítimo e democrático do Congresso Nacional e todas as ações de Juscelino Filho foram lícitas", afirma a defesa.

"São absurdas ilações de que Juscelino tenha tido qualquer proveito pessoal com sua atividade parlamentar, sobretudo construídas a partir de supostas mensagens sem origem e fidedignidade conhecidas", completa a nota assinada pelos advogados Ticiano Figueiredo e Pedro Ivo Velloso.

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