Conhecido como “Juancho”, Juan Gabriel Rivas Núñez, de 43 anos, enganou o sistema de monitoramento eletrônico da prisão de Boa Vista (RR) com a ajuda de um sósia. Juancho é apontado como líder da facção “Banda de Juancho”, que domina áreas de mineração de ouro na Venezuela, sendo considerado um dos criminosos mais perigosos do país.
A fuga foi descoberta quando equipes da Central de Monitoramento Eletrônico (CME), da Secretaria de Justiça e Cidadania de Roraima (Sejuc), compareceram, no dia 10 de maio, à casa de Juancho, localizada no bairro Paraviana, uma das áreas mais nobres da capital, com o objetivo de substituir a tornozeleira eletrônica usada para o cumprimento da prisão domiciliar. No entanto, o dispositivo estava sendo utilizado por outro homem com características físicas semelhantes às de Juancho.

Após uma verificação minuciosa, a fuga foi confirmada. O sósia havia sido deixado no local apenas para manter as aparências, mas desapareceu antes mesmo de a fraude ser formalmente descoberta.
As autoridades locais comunicaram a fuga à Polícia Federal, à Vara de Execuções Penais e ao Supremo Tribunal Federal (STF), que já havia autorizado a extradição de Juancho para a Venezuela, segundo a Sejuc.
A Polícia Federal instaurou um inquérito para investigar a fuga, apurando possíveis crimes como falsidade ideológica e fraude na execução penal. A Corregedoria da Sejuc e a empresa responsável pelo fornecimento e monitoramento das tornozeleiras eletrônicas também acompanham o caso.
Investigado por diversos crimes
Juancho é investigado por uma série de crimes graves, como homicídios, tráfico de armas, extorsão e ataques a comunidades indígenas. Em 2022, foi registrado um violento confronto com o povo Arawako.
O criminoso utilizava duas identidades falsas para escapar das autoridades. Devido à sua atuação internacional, seu nome foi incluído na lista de foragidos da Interpol.
Sua prisão ocorreu em novembro de 2023, em Boa Vista, após investigação da Superintendência da Polícia Federal em Roraima. Em abril de 2025, o ministro Nunes Marques, do STF, deferiu o pedido de extradição formalizado pelo governo venezuelano.
A extradição estava condicionada ao não cumprimento de prisão perpétua — vedada pela legislação brasileira — e ao respeito ao limite máximo de 30 anos de reclusão.
Atualmente, Juancho e seu sósia são considerados foragidos. A Justiça avalia eventuais responsabilidades por falhas no sistema de monitoramento, enquanto a Polícia Federal e as forças de segurança de Roraima continuam as buscas.
Com informações da repórter Alice Gabrielly
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