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Governo Lula avalia aumentar mistura de etanol na gasolina para 30%

A proposta segue a Lei do Combustível do Futuro, que permite até 35% de etanol na gasolina.

O Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) se reúne na manhã desta quarta-feira (25) para avaliar o aumento da mistura de etanol anidro na gasolina de 27% para 30%. A reunião contará com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira. Também está em pauta o aumento da proporção de biodiesel no diesel para 15%, o chamado B15.

A proposta está alinhada à Lei do Combustível do Futuro, sancionada em 2023, que autoriza a mistura de até 35% de etanol na gasolina. Para embasar a decisão, testes de viabilidade foram conduzidos pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT) e finalizados em fevereiro deste ano, a pedido do Ministério de Minas e Energia (MME).

Foto: GP1Frentista no posto de gasolina
Frentista no posto de gasolina

Menor emissão e impacto nos preços

Segundo especialistas, a elevação da proporção de etanol na gasolina representa um avanço ambiental, ao substituir parte das moléculas de origem fóssil por renováveis. O etanol, derivado da cana-de-açúcar, emite apenas um terço do CO₂ gerado pela gasolina. Além disso, parte desse carbono é reabsorvido durante o cultivo da cana, o que reforça o caráter sustentável do biocombustível.

Apesar dos benefícios ambientais, o aumento na mistura pode impactar o bolso dos consumidores. Um estudo da consultoria agro do Itaú BBA projeta que, caso a medida seja aprovada, o preço da gasolina comum pode subir 0,6%, enquanto o etanol hidratado nos postos tende a aumentar 3,6%. O etanol anidro, utilizado diretamente na mistura com gasolina, pode ter alta de até 4,3%.

O aumento na demanda por etanol anidro e a consequente redução na oferta de etanol hidratado para consumo direto estão entre os fatores que pressionam os preços. A consultoria também aponta que, apesar da previsão de crescimento da produção de etanol de milho, a produção vinda da cana-de-açúcar deve cair, com muitas usinas priorizando a fabricação de açúcar.

Menor dependência de gasolina importada

A possível elevação do teor de etanol também tem implicações estratégicas. Estimativas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) indicam que a medida pode reduzir significativamente a necessidade de importações de gasolina pura. Se a mistura alcançar 33%, o Brasil poderá eliminar as importações líquidas do produto até 2030.

Em 2024, o país importou 2,7 milhões de metros cúbicos de gasolina pura, volume que representou 8,8% da demanda nacional. Países como os Países Baixos, Espanha e Rússia foram os principais fornecedores.

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