Fechar
Colunista João Carvalho
GP1

Operação Geleira da PF cumpre 84 mandados de busca e 30 mandados de prisão em todo o Piauí


Colaboraram as jornalistas do GP1 Germana Chaves e Wanessa Gommes

A Controladoria Geral da União (CGU) informou na tarde desta quarta-feira (19) que o desvio de dinheiro púbico é estimado, até o momento, em cerca de R$ 3,7 milhões.

Ainda segundo a GCU, o grupo desviava recursos federais transferidos para programas de educação e saúde. Os primeiros indícios do esquema surgiram em 2008.

A atuação do grupo foi identificada em 21 municípios: Uruçuí, Elizeu Martins, Landri Sales, São Raimundo Nonato, Ribeira do Piauí, Dirceu Arcoverde, Várzea Branca, Assunção do Piauí, Caracol, Oeiras, Coivaras, Palmeirais, Porto, Santa Luz, Alto Longa, Castelo, Fronteiras, Matias Olimpio, Nossa Senhora dos Remédios, São Lourenço e Curral Novo.

"Vendedores de notas"

Polícia Federal revelou que o grupo agia de forma integrada em pelo menos 21 municípios piauienses. Os indícios dos crimes praticados: falsificação de documentos; constituição de empresas fantasmas; emissão de notas fiscais “frias” e comercialização destas com prefeituras, onde os “vendedores de notas” chegavam a ganhar 15% de seus respectivos valores; desvio de recursos públicos federais e municipais; sonegação fiscal e lavagem de dinheiro.

Em cada município os gestores e servidores agiam contando com o auxílio de escritórios de contabilidade e lobistas e em parceria com empresários para encomendar e fornecer documentos forjados para a montagem de licitações, notas “frias” para justificar despesas não realizadas, e superfaturar compras de itens como medicamentos que, muitas vezes não eram entregues ou eram fornecidos em quantidades menores do que as efetivamente pagas.

Imagem: Reproduçãoprefeito de Miguel Leão, Bismarck Santos de Aréa Leão(Imagem:Rpeordução)prefeito de Miguel Leão, Bismarck Santos de Aréa Leão, preso na Operação Geleira

Entenda os detalhes da "Operação Geleira"

A Polícia Federal deflagrada na manhã de hoje (19) a "Operação Geleira", que combateu os crimes de uso de notas fiscais inidôneas (frias), lavagem de dinheiro e ocultação de bens.

A Operação Geleira foi a maior já realizada pela PF no Piauí e teve como objetivo executar o cumprimento de 84 mandados de busca e apreensão e 30 mandados de prisão em todas as regiões do Piauí.

Participaram da Operação 325 policiais federais de todos os Estados e 28 servidores da Controladoria Geral da União. O objetivo da Operação foi desarticular uma rede criminosa composta por prefeitos, ex-prefeitos, assessores, servidores públicos e lobistas.
Imagem: ReproduçãoPrefeito Dó Bacelar(Imagem:Reprodução)Prefeito Dó Bacelar
A operação foi realizada em 12 prefeituras, câmaras municipais do interior, um gabinete parlamentar na Asssembleia Legislativa do Piauí, escritório de contabilidade e em residências dos investigados. Dos 30 mandados de prisão sete foram para prefeitos e dois contra ex-prefeitos.
Imagem: Wanessa Gommes do GP1Sede da Polícia Federal em Teresina(Imagem:Wanessa Gommes do GP1)Sede da Polícia Federal em Teresina
Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília.
A rede criminosa tinha como especialidade a prática dos crimes de falsificação de documentos públicos, constituição de empresas fantasmas, emissão de notas fiscais frias, apropriação de recursos públicos federais e municipais, sonegação fiscal, lavagem de capitais, dentre outros.
Imagem: Wanessa Gommes do GP1Veículo utilizado pelos Policiais Federais(Imagem:Wanessa Gommes do GP1)Veículo utilizado pelos Policiais Federais

Veja os nomes dos prefeitos presos na operação

Foram presos os prefeitos de Mighel Leão, Bismarck Arêa Leão (PTB); de Uruçuí, Domingos Bacelar de Carvalho (PMDB); Joesison Alves Rodrigues (PTB), da cidade de Porto; Teresina de Jesus Araújo (PSDB), de Landri Sales; Isael Macedo Neto (PTB), de Elizeu Martins; Jorge de Araújo Costa (PTB), do município de Caracol e Jorge de Araújo Costa (PTB), de Ribeira do Piauí. Também foram presos assessores, empresários e servidores públicos piauienses.

Na Operação também foi preso ex-prefeito de Uruçui, Chico Filho, atual diretor presidente do Emater do Piauí.
Imagem: ReproduçãoPrefeito Valdir Soares, preso na Operação da PF(Imagem:Reprodução)Prefeito Valdir Soares, preso na Operação da PF
Os mandados de busca e apreensão e de prisões foram expedidos pelo desembargador do Tribunal Regional Federal da Primeira Região (TRF1) I"TALO FIORAVANTI SABO MENDES.

A investigação da Polícia Federal foi iniciada ainda no final de 2008 pela Polícia Federal através do delegado federal Alexandre Uchôa, o Ministério Público Federal foi representado nas investigações pelo procurador Kelston Lages e a Justiça Federal pelo juiz federal Márcio Braga Magalhães, que ao constatar a presença de detentores de foro privilegiado (prefeitos) entre os investigados.

Informações extra-oficiais dão conta que foi decretada a prisão do prefeito de São Raimundo Nonato, padre Herculano.

Além dos prefeitos, ex-secretário de Defesa Civil e atual presidente do Emater, Chico Filho, estão presos na Superintendência da Polícia Federal do Piauí os empresários Genivaldo Campelo da Silva e Valdir Campelo da Silva, irmãos e proprietários da distribuidora de medicamentos Gmed, Esmendia Gomes da Silva (contadora), presa em Elesbão Veloso e Wesley Cardoso.
Imagem: ReproduçãoPrefeito de Landri Sales, Joedson Rodrigues (Imagem:Reprodução)Prefeito de Landri Sales, Joedson Rodrigues
Cerca de 10 agentes da Polícia Federal estiveram na empresa de consultoria Planacon, localizada próxima a APPM e que presta assessoria a dezenas de municípios do Piauí. Os agentes cumpriram mandados de busca e apreensão.

Entrevista coletiva

Durante entrevista coletiva sobre Operação Geleira, Janderlyer Gomes, delegado regional de combate ao Crime Organizado, confirmou que foram apreendidos documentos em 12 cidades: Teresina, Miguel Leão, Amarante, Ribeira do Piauí, Porto, Landri Sales, Marcos Parente, Uruçui, São Raimundo Nonato, Várzea Branca, Caracol e Elizeu Martins.
Imagem: Wanessa Gommes do GP1Janderlyer Gomes, delegado regional de combate ao Crime Organizado(Imagem:Wanessa Gommes do GP1)Janderlyer Gomes, delegado regional de combate ao Crime Organizado
Foram apreendidos veículos, computadores e vasta documentação que comprovam as fraudes, segundo a polícia federal. Foram desviados recursos do SUS, programa oriundo do Ministério da Saúde, e do Fundeb, do Ministério da Educação, que segundo o delegado foi de R$ 20 milhões de reais.

Segundo informações, em apenas três cidades, Landri Sales, Uruçuí e Eliseu Martins, o desvio chegaria a R$ 5 milhões de 2009 a 2010.

Veja as tramitações dos processos que originaram as prisões
.

Nº do processo no TRF da 1ª Região 0069686-65.2010.4.01.0000-PI

Processo na Justiça Federal do Piauí

Confira nota da Polícia Federal encaminhada ao GP1

MJ – DEPARTAMENTO DE POLÍCIA FEDERAL
SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL NO PIAUÍ
COMUNICAÇÃO SOCIAL

NOTA À IMPRENSA

A Polícia Federal no Piauí comunica que, em ação conjunta com a Controladoria Geral da União-CGU e do Ministério Público Federal, na manhã de hoje (19/01) deflagrou a “Operação “Geleira”, na qual há participação de 325(trezentos e vinte e cinco) policiais federais de vários Estados e 28(vinte e oito) servidores da Controladoria Geral da União-CGU, objetivando dar cumprimento a 84(oitenta e quatro) Mandados de Busca e Apreensão e 30(trinta) de Mandados de Prisão na Capital e no interior do Estado do Piauí com a finalidade de desarticular uma rede criminosa especializada na comercialização de notas fiscais frias e desvio de recursos públicos de prefeituras do interior do Estado do Piauí.
Maiores informações serão fornecidas no decorrer desta manhã, bem como informa ainda que será fornecida uma entrevista coletiva no auditório desta Regional para repassar todos os números da operação.


Teresina/PI, 19 de janeiro de 2011.

COMUNICAÇÃO SOCIAL/SR/DPF/PI

*** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do GP1

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.