Coronavírus no Piauí

Coronavírus: estudantes confeccionam mais de 800 máscaras no Piauí

As máscaras protetoras, conhecidas como “face shields”, funcionam como um escudo protetor e serão distribuídas para os profissionais da área da saúde.

Bárbara Rodrigues Teresina - Piauí

23 de março de 2020 | 17h03 - Atualizada 17h56

Uma ação iniciada por alunos de Medicina da Uninovafapi conseguiu, desde sexta-feira (20), confeccionar mais de 800 máscaras protetoras, conhecidas como “Face Shields”, que funcionam como um escudo protetor e que serão distribuídas para os profissionais da área da saúde nos hospitais do Piauí como medida de prevenção ao coronavírus.

A egressa da Uninovafapi, Ingrid Brito, foi uma das responsáveis pela organização da ação. Ela explicou que a ideia surgiu após um professor colocar no grupo de WhatsApp sobre como poderia ser fabricada uma máscara protetora. Os alunos então se mobilizaram para a produção do material.

Foto: Arquivo PessoalIngrid Brito organizou o movimento

“A ideia surgiu por parte do médico Bruno Aragão em parceria com um aluno de uma instituição do Acre. Ele fez o primeiro protótipo com folha de acetato e cartolina, colocou um vídeo no Facebook, explicando como fazer. Então o professor Rafael Rebelo viu a ideia e colocou no nosso grupo de internato, sugerindo como atividade. Na hora que ele mandou eu já comecei a me mobilizar, disponibilizamos contas particulares para receber doações. Como a ideia do Bruno foi a cartolina, fui atrás de outro material reutilizável, coloquei no grupo e aí veio a ideia de fazer a máscara toda com acetato”, explicou.

Eles então compraram o material na sexta-feira (20) e no mesmo dia começaram a produção. A iniciativa atraiu vários alunos de Medicina da faculdade e de outros lugares. “Inicialmente só os alunos começaram a confeccionar, mas logo em seguida a própria faculdade entrou como parceira, doaram materiais da própria faculdade e doaram dinheiro também para comprar mais material. No início a gente não sabia que iria receber tantas doações e nem que tantas pessoas iriam querem ajudar”, afirmou Ingrid.

Ajuda

Desde que iniciaram, várias pessoas manifestaram interesse em ajudar com doações ou até mesmo na produção. As famílias dos alunos também ajudam na confecção.

Foto: Arquivo PessoalFamílias dos estudantes se unem na produção das máscaras

“O material que a gente conseguiu é pouco para suprir a quantidade de hospitais que entraram em contato com a gente. A gente teve que ir atrás da dona da Babylândia para que a loja fosse aberta no domingo. A dona foi muito solícita e abriu no domingo para a gente comprar mais material, e uma parte direcionada para Floriano. Também no domingo recebemos doação da Livraria Anchieta, doando 20 rolos de TNT. A professora Rita entrou contato e disse que tem um grupo de costureiras que também vão ajudar. Até ontem, a gente tinha conseguido fazer mais de 800 máscaras. Uma gráfica também entrou e contato e afirmou que estava desenhando um modelo, para ajudar na produção, eles iriam então cortar o acetato”, explicou.

Foto: Arquivo PessoalMáscaras entregues para o Hospital Getúlio Vargas

Proteção para os profissionais

Ingrid explicou que o material confeccionado vai servir como uma proteção extra aos profissionais que estão trabalhando nos hospitais do Estado do Piauí.

“A ideia é ajudar nossos colegas profissionais, porque a intenção do escudo facial é promover uma maior proteção em relação ao contato mecânico, porque protege a região dos olhos e prolonga o uso da máscara N95, porque ela tem duração de 30 dias, mas em caso do coronavírus, a orientação é que se você entrar em contato com alguém com coronavírus, deve descartar a máscara imediatamente. Então queremos distribuir para os hospitais e surgiu a intenção de fazer essa máscara protetora até para prolongar o uso de outros materiais”, destacou.