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Economia e Negócios

Banco Central eleva Selic e taxa básica de juros vai a 7,75%

A última vez que o Copom tinha aumentado a Selic em mais de 1 ponto porcentual foi em dezembro de 2002.

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central acelerou novamente o ritmo de elevação da Selic (a taxa básica de juros) nesta quarta-feira, com alta de 1,50 ponto porcentual, de 6,25% para 7,75% ao ano.

A última vez que o Copom tinha aumentado a Selic em mais de 1 ponto porcentual foi em dezembro de 2002, quando a taxa subiu três pontos e passou de 22,00% para 25,00%.

O movimento desta quarta-feira foi o sexto aumento consecutivo dos juros, após o BC cortar a taxa básica à mínima histórica (2,0%) em meio à pandemia de covid-19. Nas cinco reuniões anteriores, o BC havia subido a taxa em 0,75 p.p. em três ocasiões e em 1 p.p. nos encontros de agosto e setembro.

Após acelerar o ritmo do aperto monetário, o Copom sinalizou que deve fazer um novo ajuste de mesma magnitude na próxima reunião, em dezembro. Com isso, a taxa básica de juros encerraria o ano em 9,25% ao ano.

“O Copom enfatiza que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação e dependerão da evolução da atividade econômica, do balanço de riscos e das projeções e expectativas de inflação para o horizonte relevante da política monetária”, afirmou o BC.

Após subir a Selic em 1,00 ponto na reunião de setembro, o Copom também havia sinalizado a intenção de manter o “plano de voo” com novo ajuste de 1 ponto em outubro. De lá para cá, porém, o cenário mudou, com a alta persistente da inflação e a manobra do governo na semana passada para alterar a regra do teto de gastos, comprometendo a âncora fiscal.

No comunicado de hoje, o colegiado foi enfático ao reconhecer que essa alteração nos rumos fiscais pesou em na decisão apertar o passo na alta da Selic, apesar do desempenho mais positivo das contas públicas nos últimos meses.

“O Comitê avalia que recentes questionamentos em relação ao arcabouço fiscal elevaram o risco de desancoragem das expectativas de inflação, aumentando a assimetria altista no balanço de riscos. Isso implica maior probabilidade de trajetórias para inflação acima do projetado de acordo com o cenário básico”, destacou o Copom.

No documento, o BC também atualizou suas projeções para a inflação. No cenário básico, o BC alterou a projeção do IPCA de 2021 de 8,5% para 9,5%. No caso de 2022, a expectativa foi de 3,7% para 4,1%. Para 2023, a projeção passou de 3,2% para 3,1%. Neste cenário, a autarquia ainda atualizou as projeções para os preços administrados, de alta de 13,7% para 17,1% em 2021 e de 4,2% para 5,2% em 2022. Para 2023, a estimativa passou de 4,8% para 5,1%.

A projeção do BC para a inflação já é bem superior ao teto da meta para este ano. O centro da meta para 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). Já a meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%). O parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

Com o último movimento de aperto monetário, o Brasil voltou a ter a maior taxa de juros real (descontada a inflação) do mundo, considerando as 40 economias mais relevantes. Cálculos do site MoneYou e da Infinity Asset Management indicam que o juro real brasileiro está agora em +5,96% ao ano. Na segunda e terceira posições, aparecem a Rússia (4,77%) e a Turquia (3,46%). A média dos 40 países considerados é de -0,96%.

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