O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu as estimativas de crescimento econômico global e de diversos países, após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciar uma série de medidas tarifárias que reacendem tensões comerciais em escala mundial. Segundo o relatório “Perspectivas Econômicas Mundiais”, divulgado nesta terça-feira (22), o crescimento global esperado para 2025 caiu de 3,3% para 2,8%, enquanto a previsão para 2026 foi ajustada para 3%.
No caso do Brasil, a projeção de crescimento para 2025 e 2026 foi revisada de 2,2% para 2%, uma queda de 0,2 ponto percentual. Mesmo com a redução, o país aparece entre os menos afetados pelas turbulências tarifárias, em comparação com economias como China e Estados Unidos. As previsões revisadas constam do relatório publicado em abril, em comparação ao documento de janeiro deste ano.
Os Estados Unidos foram apontados como um dos países mais impactados pelas novas medidas. A projeção de crescimento norte-americano para 2025 caiu de 2,7% para 1,8%. O economista-chefe do FMI, Pierre-Olivier Gourinchas, explicou que parte dessa desaceleração está relacionada às tarifas impostas por Trump, mas afirmou que ainda não se trata de um cenário recessivo. O risco de recessão, porém, subiu de 17% para 30%.
A China também teve sua perspectiva de crescimento revista para baixo, com a previsão caindo de 4,6% para 4% em 2025. O FMI alertou que o aumento das tarifas, principalmente contra produtos chineses, tem gerado choques cambiais e elevado os riscos para a economia global. O impacto nas cadeias de suprimentos também foi mencionado como um agravante, dificultando a recuperação econômica e prolongando o processo de desinflação.
Mesmo com a suspensão temporária das tarifas para os principais parceiros comerciais dos Estados Unidos, o FMI acredita que o efeito sobre o crescimento econômico global permanecerá. Trump anunciou uma pausa de 90 dias nas tarifas, com sobretaxas de 10% generalizadas e alíquotas elevadas a 145% para produtos chineses. O fundo destaca que todas as regiões serão afetadas negativamente, mesmo aquelas que possam ter ganhos pontuais com a reconfiguração do sistema comercial.
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