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Lupita Nyong’o critica racismo contra a Miss Monalysa Alcântara

Nascida no México, Lupita destacou a importância do filme Pantera Negra contra o preconceito e que espera que as mulheres negras consigam entender a sua real beleza e poder.

A atriz Lupita Nyong’o, estrela do filme Pantera Negra, durante entrevista à Veja, comentou o episódio de racismo envolvendo a piauiense Monalysa Alcântara após a sua vitória no Miss Brasil. Ganhadora de um Oscar por 12 anos de Escravidão, agora a atriz faz parte de Pantera Negra, considerado um filme histórico, por ser dirigido por um negro, Ryan Coogler, e ter um elenco majoritariamente negro, que mostra a cultura africana de forma positiva e principalmente por ser o primeiro filme com essas características com um orçamento de mais de US$ 200 milhões de dólares.

  • Foto: Disney/MarvelLupita NyongoLupita Nyong'o

O filme conta a história de Wakanda, um país fictício e futurista localizado na África, comandado pelo rei T’challa. Sem interferência de exploradores e com mulheres comandando o exército, o país se desenvolveu e se tornou uma potência em tecnologia. Sucesso de público, em 9 dias o filme já arrecadou mais US$ 700 milhões de dólares.

Nascida no México, Lupita destacou a importância do filme contra o preconceito e espera que as mulheres negras consigam entender a sua real beleza e poder. Questionada sobre o exemplo que gostaria de ser para as meninas, ela disse que “é um presente estar numa posição, como atriz, de ajudar garotas que sentem que ninguém as vê nem as escuta, e que não se acham bonitas, se sentirem melhor sobre si mesmas. Sinto um privilégio ser para as garotas essa pessoa que eu não tive quando era pequena”.

  • Foto: Disney/MarvelPantera Negra,o filmePantera Negra,o filme

Informada que 50% da população negra nem sempre se acha bonita, ela citou o caso da piauiense Monalysa Alcântara, que foi criticada após vencer o Miss Brasil, considerada por alguns como uma mulher que ‘não é bonita para ganhar o Miss Universo’. “Fiquei sabendo da miss criticada por sua pele escura. Vocês podem ser melhores que isso!”, criticou.

  • Foto: Marcelo Cardoso/GP1 Miss Piaui Monalysa Alcântara Miss Piaui Monalysa Alcântara

O filme

Sobre o filme, produzido pela Marvel, ela disse que considera positiva a forma como a cultura africana está sendo retratada para o mundo. “Como africana, sempre soube que o continente tem muito a oferecer. Sempre tive orgulho das minhas origens. É muito bacana ter um filme que enxerga isso. A hora de tratar a África com respeito foram e são todas. É sempre. Porque realmente somos um continente incrivelmente rico, de muita diversidade e bastante intrincado, e esse filme mostra isso. Embora Wakanda seja uma nação africana fictícia, sua estética, sua identidade, suas culturas derivam de países africanos. Espero que o filme demonstre isso e deixe as pessoas curiosas sobre essa diversidade cultural — e também com mais respeito por ela, com certeza”, disse.

  • Foto: Disney/MarvelElenco principal de Pantera NegraElenco principal de Pantera Negra

Ela acredita que o filme abre uma grande discussão sobre a representação, tanto dos negros, como das mulheres. “O cinema tem esse potencial de nos mostrar quem fomos um dia, quem somos agora e quem podemos nos tornar. Wakanda é quem podemos nos tornar. Porque é um país autodeterminado, uma nação africana isolada, protegida do ataque que foi o colonialismo, uma nação que pôde evoluir sob seus próprios termos. Vemos que isso criou uma sociedade em que as mulheres têm permissão de desenvolver seu potencial pleno. Elas podem exercer seu poder ao lado dos homens, e esse poder não os diminui. Ambos podem ser poderosos ao mesmo tempo, tudo bem. E as mulheres são diferentes, então elas têm poderes distintos. Shuri é a chefe da tecnologia. Ela é inteligente e tem só 16 anos, e seu irmão, o rei, a convoca quando precisa de algo relacionado à tecnologia. T’challa dá espaço a ela para liderar nessa área. Nakia, minha personagem, é uma espiã. Sua responsabilidade é informar Wakanda sobre o que se passa no mundo. E o rei T’Challa recorre a ela quando precisa tomar decisões, porque ela vê as coisas de maneira diferente, e os dois discutem. No fim, eles querem o melhor para seu povo. É uma imagem poderosa e idílica de se ter e de buscar”, pontuou.

Veja o trailer do filme:

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