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Advogados de Amber Heard descrevem Johnny Depp como 'monstro'

A lista de testemunhas do julgamento inclui Elon Musk, James Franco, Paul Bettany e Ellen Barkin.

Os advogados de Amber Heard afirmaram nesta terça-feira, 12, que a atriz viveu um inferno durante seu casamento com Johnny Depp, ator convertido, segundo eles, em um "monstro" pelo consumo de drogas e álcool, com "ataques de raiva" que terminaram em agressões verbais, físicas e sexuais.

Ambos se acusam de difamação em um julgamento perto de Washington que partiu de uma coluna publicada no Washington Post em 2018, na qual Amber Heard se descreveu como uma "vítima de violência doméstica" assediada pela sociedade após ter denunciado Depp dois anos antes.

Os advogados do ator de Piratas do Caribe denunciam acusações falsas que tiveram um efeito "devastador" em sua carreira.

Amber Heard "amou o lado de Johnny que vemos nos filmes, carismático, charmoso, generoso. Esse é o homem por quem ela se apaixonou", disse sua advogada Elaine Bredehoft ao júri.

"Mas infelizmente o monstro apareceu e esse monstro aparecia quando bebia ou usava drogas", acrescentou, mencionando coquetéis de álcool, medicamentos, cocaína, ecstasy e cogumelos alucinógenos.

Johnny Depp tinha nele "uma raiva enorme" que o transformou em um "demônio" e "foi durante esses episódios de raiva que ele atacava verbalmente, psicologicamente, fisicamente e sexualmente" Amber Heard, explicou Bredehoft.

Ela relatou várias cenas de violência, principalmente em março de 2015 na Austrália, onde Depp filmava o quinto episódio de Piratas do Caribe.

A atriz nunca se separava de seu kit de maquiagem para esconder os hematomas no rosto, disse a advogada, que planeja mostrar ao júri "fotos chocantes" de Heard com "contusões, lábios partidos, cabelo arrancado".

"Vão ver o verdadeiro Johnny Depp, para além dos tapetes vermelhos, da fama, do dinheiro e das fantasias de pirata", havia dito anteriormente outro advogado da atriz, Ben Rottenborn.

Do outro lado, o advogado do ator, Benjamin Chew, denunciou que "Amber Heard mudou para sempre a vida e a reputação de Depp e vocês o ouvirão contar o terrível impacto que isso teve em sua vida", afirmou, dirigindo-se ao júri.

Segundo ele, Heard acusou seu marido de violência em 2016 para se vingar por ele ter pedido o divórcio.

Dois anos depois, no rastro do movimento MeToo e "pouco antes da estreia do filme Aquaman", do qual participou, a atriz "escolheu lembrar o mundo dessas acusações venenosas em um jornal conhecido mundialmente", apontou.

A irmã de Depp, Christi Dembrowski, descreveu em seu depoimento um relacionamento conjugal tóxico com uma jovem "sempre conflituosa", que "exagerava" os problemas de drogas e álcool do marido e o chamava de "velho gordo".

"Dior é classe e estilo, e você não tem estilo", teria dito em certa ocasião, quando conversavam sobre um contrato de publicidade com a marca, contou Christi.

Em sua coluna, a atriz, 35, não cita Depp, 58, que conheceu em 2009 e com quem se casou em 2015.

Um ano depois, pediu uma ordem de restrição, afirmando que o ator havia batido nela. Mas desistiu dessas acusações como parte do acordo de divórcio, que foi finalizado em 2017.

Difamação e indenização

Após a publicação da coluna, Depp, que nega a agressão, entrou com uma ação de difamação contra Amber Heard, pedindo US$ 50 milhões por danos.

A atriz, por sua vez, entrou com um processo de difamação em que pede US$ 100 milhões pela continuação dos "abusos" e "assédio" que Depp lhe impôs durante o casamento.

O ator entrou com a ação no estado da Virgínia, onde o Washington Post é impresso e onde o marco legal é mais favorável às denúncias de difamação do que na Califórnia, onde os dois atores residem.

Este caso se pauta principalmente na "Primeira Emenda" da Constituição, que confere a Amber Heard "o direito de dizer as palavras que disse", respondeu Rottenborn, e pediu ao júri que "confirme e proteja" esse direito.

Os dois ex-cônjuges assistem ao julgamento, transmitido ao vivo pela televisão, e que durará semanas. A lista de testemunhas é digna de filmes de Hollywood, com o bilionário Elon Musk, os atores James Franco e Paul Bettany, e a atriz Ellen Barkin.

Este julgamento lembra o realizado em 2020 em Londres, quando o ator processou a editora do jornal The Sun por um artigo que o apresentava como um marido violento.

Depp admite ter abusado de drogas e álcool, mas insiste que nunca bateu em uma mulher.

A justiça britânica decidiu a favor do The Sun, considerando que "a grande maioria dos supostos ataques foi comprovada".

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