Nesta sexta-feira (03) o jornal francês Le Monde publicou uma denúncia de corrupção sobre a escolha do Rio de Janeiro para sediar os Jogos Olímpicos de 2016. Segundo o jornal, no dia 2 de outubro de 2009, três dias antes da eleição, uma empresa ligada ao empresário brasileiro Arthur Cesar de Menezes Soares Filho pagou 1,5 milhões de dólares, cerca de 4,5 milhões reais, a Papa Diack, filho de Lamine Diack, então presidente da Associação Internacional de Federações de Atletismo (IAAF) e membro do Comitê Olímpico Internacional (COI), e levantou suspeitas de compra de votos.
Ainda de acordo com o Le Monde, dias antes do Rio vencer as cidades de Madrid, Tóquio e Chicago na eleição em Copenhague, a empresa fundada por Papa Diack, Pamodzi Consulting recebeu uma quantia milionária da Matlock Capital Group, uma holding sediada nas Ilhas Virgens Britânicas e que é ligada a Arthur Cesar de Menezes Soares Filho. O caso já vem sendo investigado desde do final de 2015 na França.
- Foto: veja.com/AP
‘Le Monde’ revela suspeitas de corrupção na Rio-2016
A mesma empresa fez uma segunda transferência no valor de 500.000 dólares, que beneficiou uma conta de Papa Diack na Rússia, dias depois. Empresário, ex-dono do Grupo Facilitity, é investigado na Operação Calicute e era muito próximo do ex-governador do Rio, Sérgio Cabral, uma das principais autoridades presentes à comitiva brasileira na Dinamarca, ao lado do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
De acordo com a Veja, documentos fornecidos pelas autoridades fiscais americanas à França mostraram ainda que Papa Diack transferiu 299.300 dólares (cerca de 943.000 reais) para uma empresa offshore chamada Yemli Limited, por meio de sua empresa Pamodzi Consulting, em 2 de outubro de 2009, o exato dia da eleição.
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