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Diego Hypolito revela ter sofrido agressão sexual na infância

De acordo com o atleta, as agressões eram constantes e partiam dos próprios treinadores.

O medalhista olímpico de ginástica artística, Diego Hypolito, de 31 anos, revelou em reportagem ao Jornal Nacional, da Tv Globo, na noite desta segunda-feira (30), que já sofreu agressões sexuais quando criança.

De acordo com o atleta, as agressões eram constantes e partiam dos próprios treinadores. Hypolito contou que eles obrigavam os ginastas mais jovens a “pagar castigos”, como pegar pilha com o ânus. O atleta também afirmou que esse tipo de humilhação era frequente e acontecia desde os seus 10 anos de idade.

  • Foto: Ricardo Bufolin/CBGDiego HypólitoDiego Hypólito

Diago Hypolito disse que criou coragem para falar após uma reportagem do Fantástico exibida no domingo, que denunciava abusos físicos, morais e sexuais do ex-treinador da seleção brasileira de ginástica artística, Fernando de Carvalho Lopes.

“Quando eu vi a matéria hoje (segunda-feira, 30), foi a primeira vez que eu tive coragem de contar pra minha mãe que eles me faziam ficar pelado e pegar, com o ânus, uma pilha... tem a questão da humilhação. E, neste dia, quando aconteceu isso, eu tive ataque epilético e, depois, por ter tido o ataque epilético, eu não consegui fazer a prova toda (...) Não podia ajudar com a mão, você tinha de se agachar, pegar a pilha com o ânus e depois deixar dentro de um tênis, num buraquinho de um tênis. Se a pilha caísse fora, você tinha de voltar e fazer a prova de novo. Eu fiquei muito nervoso com a situação acontecendo, me deu desespero” afirmou o atleta.

Ainda segundo Hypolito, os garotos mais novos eram colocados dentro de equipamentos de ginástica de madeira, como se fosse um caixão. “Quando acontecia alguma coisa errada, pegavam a gente e colocavam dentro da caixa de plinto e jogavam magnésio dentro, igual a um caixão. Hoje eu tenho problema pra entrar em avião, que é fechado, elevador, que é fechado. Não consigo entrar em túnel, que eu tenho medo. São todos reflexos do que eu vivi quando eu era criança e que eu jamais imaginei”, disse.

O atleta concluiu a reportagem dizendo que só agora criou coragem de denunciar os abusos e que esperam que coisas como essas nunca mais voltem a acontecer. “A gente precisa, para um mundo melhor, expor isso. (...) eu tenho certeza de que vou ser muito julgado por estar contando a verdade, de coisas que aconteceram comigo (...) Espero que, daqui pra frente, nunca mais essas coisas voltem a acontecer”, finalizou.

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