O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou nesta terça-feira (13), que Brasil e China vivem o melhor momento de sua relação diplomática. Em declaração à imprensa ao lado do presidente chinês, Xi Jinping, em Pequim, Lula destacou que os dois países "nunca estiveram tão próximos" e que essa aproximação "nunca foi tão necessária". Durante o encontro, foram assinados 20 protocolos e memorandos de cooperação, abrangendo áreas estratégicas como ciência, tecnologia, setor aeroespacial e agricultura.
“Há anos, a ordem internacional já demanda reformas profundas. Nos últimos meses, o mundo se tornou mais imprevisível, mais instável e mais fragmentado. China e Brasil estão determinados a unir suas vozes contra o unilateralismo e o protecionismo. A defesa intransigente do multilateralismo é uma tarefa urgente e necessária”, declarou Lula.

O presidente brasileiro também fez críticas às guerras comerciais, afirmando que “elas não têm vencedores”, pois “elevam os preços, deprimem as economias e corroem a renda dos mais vulneráveis em todos os países”. Xi Jinping, por sua vez, reafirmou o compromisso da China com o livre-comércio e o sistema multilateral, reforçando a parceria com o Brasil frente às disputas comerciais globais.
Essa é a terceira vez que Lula e Xi se encontram desde que o petista reassumiu a presidência em 2023 — uma em Brasília e duas na China.
Geopolítica: Ucrânia, Gaza e mediação pela paz
Lula também abordou temas de política internacional durante sua fala. Reiterou a proposta de uma mediação conjunta entre Brasil e China para promover um acordo de paz entre Rússia e Ucrânia — proposta que ainda não teve avanços concretos. Também defendeu uma solução para o conflito em Gaza: “Não haverá paz sem um Estado da Palestina independente e viável vivendo lado a lado com o Estado de Israel."
Avanços na cooperação bilateral
O presidente brasileiro destacou que a relação sino-brasileira está produzindo resultados concretos, como a integração financeira entre os bancos centrais dos dois países e iniciativas conjuntas para financiar projetos de infraestrutura, energia e sustentabilidade. “Nunca um número tão grande de projetos foi discutido de maneira sistemática em tão pouco tempo”, comemorou Lula.
Comitiva robusta e agenda cheia
A comitiva brasileira que acompanha Lula é composta por 11 ministros, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), parlamentares, outras autoridades e cerca de 200 empresários. Além de Xi Jinping, o presidente se reuniu com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e com Zhao Leji, presidente da Comissão Permanente da Assembleia Nacional da China. Também houve encontros com os presidentes da Colômbia, Gustavo Petro, e do Chile, Gabriel Boric.
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