O ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, autorizou o envio de mil especialistas para atuar na desminagem da região de Kursk, na Rússia, informou nesta terça-feira (17) Sergei Shoigu, secretário do Conselho de Segurança da Rússia (CSR). A área está parcialmente ocupada por tropas ucranianas há vários meses.
Além disso, segundo comunicado do CSR, Kim acertou com Shoigu o envio de outros 5 mil militares norte-coreanos para participar da reconstrução da infraestrutura destruída durante os combates.

Esta é a segunda vez que o regime norte-coreano envia pessoal militar ao território russo, com base no Acordo de Parceria Estratégica assinado entre Kim e o presidente russo Vladimir Putin em junho de 2024. O pacto prevê assistência mútua em caso de "agressão", cláusula que vem sendo usada como base legal para o envio das tropas.
Fontes sul-coreanas e ocidentais afirmam que Pyongyang já teria deslocado mais de 10 mil soldados para Kursk nos últimos meses. Relatos apontam que milhares deles foram mortos ou feridos em confrontos com as forças ucranianas.
Diante das baixas, Shoigu anunciou que Rússia e Coreia do Norte planejam construir, em conjunto, um memorial e um museu em Kursk para homenagear os militares norte-coreanos mortos.
O secretário russo também destacou que o acordo bilateral deu um "poderoso impulso" às relações entre os dois países, exigindo "mudanças constantes" em sua implementação. Shoigu visitou Pyongyang pela segunda vez em menos de duas semanas e pela terceira vez nos últimos três meses. O governo da Coreia do Sul acredita que esses encontros podem anteceder uma nova cúpula entre Putin e Kim, possivelmente durante a visita do líder russo à China, em setembro, para as comemorações da vitória sobre o Japão na Segunda Guerra.
Na reunião anterior entre Kim e Shoigu, em 4 de junho, o líder norte-coreano reafirmou apoio "incondicional" à campanha militar da Rússia na Ucrânia e reiterou o compromisso de assistência militar mútua em caso de ataque.
Shoigu também anunciou que, além da reativação das ligações ferroviárias entre os dois países — suspensas desde 2020 —, o restabelecimento de voos comerciais, interrompidos há mais de 30 anos, acontecerá "em breve".
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