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Internacional

Donald Trump classifica ataque iraniano a base no Catar como “resposta fraca”

A declaração do presidente dos EUA foi feita por meio da rede social Truth Social.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta segunda-feira (23) que o ataque iraniano à base militar americana de Al Udeid, no Catar, foi uma “resposta muito fraca” à ofensiva norte-americana contra instalações militares e nucleares do Irã, realizada no sábado (21). A declaração foi feita por meio da rede social Truth Social, plataforma em que o presidente costuma se pronunciar sobre temas de segurança nacional e política externa.

De acordo com Trump, o Irã disparou 14 mísseis em direção à base - considerada a maior instalação militar dos Estados Unidos no Oriente Médio - mas 13 deles foram interceptados. Um dos mísseis foi “liberado” por estar direcionado a uma área sem risco de causar danos. “Tenho o prazer de informar que nenhum americano foi ferido e quase nenhum dano foi causado”, escreveu. O presidente ainda agradeceu ao Irã por ter avisado com antecedência sobre o ataque, o que, segundo ele, permitiu a adoção de medidas preventivas que evitaram perdas humanas.

Trump também fez um apelo por estabilidade. “Talvez o Irã possa agora prosseguir rumo à paz e harmonia na região, e eu encorajarei Israel com entusiasmo a fazer o mesmo”, publicou.

Conflito se intensifica

O ataque iraniano à base em Al Udeid é mais um capítulo da crescente escalada militar no Oriente Médio. Nesta segunda-feira, Israel lançou novos ataques com “intensidade sem precedentes” contra o “coração de Teerã”, segundo o ministro da Defesa israelense, Israel Katz. Os bombardeios tiveram como alvos a sede da Guarda Revolucionária do Irã (IRGC), a prisão de Evin - conhecida por abrigar presos políticos -, e símbolos do regime como o “relógio da destruição de Israel”, localizado na Praça Palestina.

Em resposta, o IRGC lançou sua 21ª ofensiva desde o início do conflito com Israel, em 13 de junho. Os iranianos empregaram mísseis de propulsão sólida e líquida, além de drones suicidas, para atingir múltiplos alvos em Israel, ampliando a abrangência dos ataques, que antes se concentravam em Tel Aviv e Haifa.

A escalada bélica atingiu um novo patamar no sábado (21), quando os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares do Irã, oficializando sua entrada na guerra. Após isso, o Irã passou a mirar também posições americanas na região, como a base de Al Udeid.

Efeito dominó

O Iêmen anunciou que está se unindo ao Irã na guerra contra Israel e Estados Unidos. Em comunicado, o governo iemenita declarou estar em prontidão para atacar navios e embarcações militares americanas no Mar Vermelho caso os EUA ampliem sua ofensiva em apoio a Israel.

Em meio à crescente tensão, o Catar anunciou o fechamento temporário de seu espaço aéreo como medida preventiva. A decisão foi divulgada pelo Ministério das Relações Exteriores do país e busca proteger a população local e visitantes. O Kuwait também anunciou o fechamento do espaço aéreo. No Catar, escolas foram fechadas e as embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido recomendaram que seus cidadãos permanecessem isolados em casa.

Base estratégica

A base de Al Udeid é considerada peça-chave na estrutura militar americana no Oriente Médio. Localizada a cerca de 30 quilômetros de Doha, ela abriga mais de 10 mil militares e funciona como centro de operações dos EUA, Reino Unido e Austrália na região. É também sede da 379ª Ala de Missões Aéreas, do Comando Central das Forças Aéreas Americanas e do Centro Conjunto de Operações Aéreas e Espaciais.

Com pista de pouso de 3.750 metros, a base comporta bombardeiros B-52, caças F-35 e outras aeronaves de grande porte. Desde 2003, o Catar investiu mais de US$ 8 bilhões em sua infraestrutura.

Os EUA passaram a operar secretamente na base após os ataques de 11 de setembro de 2001, e seu uso foi oficialmente divulgado em 2002. Em maio de 2025, Trump tornou-se o primeiro presidente americano em exercício a visitar Al Udeid desde 2003. Na ocasião, reuniu-se com mais de mil soldados e exaltou o papel da base na segurança americana. “Nenhuma visita ao Golfo estaria completa sem uma parada para homenagear as pessoas que mantêm a América segura, forte e livre”, afirmou.

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