Rodrigo Mendes
O presidente de Cuba, Miguel Díaz-Canel, confirmou participação na Cúpula de Líderes do Brics, que será realizada nos dias 6 e 7 de julho, no Rio de Janeiro. Esta será a primeira vez que o líder cubano participará do encontro, atendendo a um convite feito pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Cuba participará na condição de país parceiro, mesmo com uma dívida expressiva com o Brasil, estimada em US$ 1,2 bilhão. O valor corresponde a cerca de R$ 6,4 bilhões e inclui indenizações a bancos, juros de mora e atrasos em pagamentos relacionados a financiamentos de exportações de bens e serviços de engenharia.
Segundo o Ministério da Fazenda, até fevereiro deste ano o saldo em atraso já somava US$ 742 milhões, enquanto outros US$ 459 milhões ainda estavam por vencer. Fontes do Itamaraty relataram ao jornal O Estado de S.Paulo que o governo cubano afirmou não ter condições de quitar o montante atualmente.
O cenário ocorre em meio a um processo de reaproximação diplomática entre Brasil e Cuba, iniciado com a posse de Lula em 2023. Desde então, o governo brasileiro vem conduzindo tratativas para definir o valor total da dívida, discutir formas de pagamento e até mesmo avaliar a retomada de linhas de crédito à exportação.
Ao contrário das negociações com a Venezuela, que se encontram paralisadas, os diálogos com Cuba avançaram até a fase de conciliação de valores, concluída no ano passado. Segundo fontes diplomáticas, restam apenas “diferenças residuais” para a finalização do processo.
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