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Teresina - Piauí

Acusado de matar estudante Ruan Pedreira é ouvido pela Justiça

O estudante, de 21 anos, foi baleado na cabeça enquanto comemorava um dos jogos da Copa do Mundo de 2014 no bairro Saci, zona sul de Teresina.

Acontece nesta sexta-feira (30) a audiência de instrução do julgamento do acusado de matar o estudante de engenharia da UFPI, Ruan Pedreira Silva em 2014. O estudante, de 21 anos, foi baleado na cabeça enquanto comemorava um dos jogos da Copa do Mundo no bairro Saci, zona sul de Teresina.

O julgamento acontece na Sala das Audiências de Fórum Desembargador Joaquim de Sousa Neto, na 1ª Vara do Tribunal do Júri, na zona norte de Teresina. O réu Erlândio Miranda é acusado de homicídio qualificado, além de tentativa de homicídio contra Raimundo Portela Saraiva e Marcos Aurélio Pires de Sousa.

  • Foto: Facebook/Ruan PedreiraRuan PedreiraRuan Pedreira

Acusação

De acordo com o assistente de acusação Josélio Oliveira, há “provas suficientes” que comprovam que a bala que atingiu Ruan partiu da arma de Erlândio Miranda.

  • Foto: Hélio Alef/ GP1Josélio Oliveira, assistente de acusaçãoJosélio Oliveira, assistente de acusação

“Alguns policiais viram que a pistola que ele estava portando, estava totalmente destravada, sem nenhum projétil e os seguranças que estavam no bar viram que ele de forma irresponsável atirou para os seguranças e também em outra direção. Um policial que estava à paisana no local também confirma essa versão que viu quando o réu passou correndo com uma pistola na mão e atirou em direção à população que estava lá. Foram vários tiros que acima de seis ou sete tiros e se ele agiu dessa forma, ele agiu com intenção de acertar alguém”, afirmou.

Segundo a acusação, a defesa de Erlândio Miranda “tenta a todo instante” colocar uma segunda pessoa na cena do crime. Josélio Oliveira falou ainda sobre o tempo que o réu passou foragido desde a data do crime.

“A defesa do acusado tenta a todo instante colocar uma segunda pessoa na cena do crime afirmando que não foi o cliente dele que deu o tiro. O cliente dele na verdade passou quatro anos foragido, em nenhum momento se apresentou. Por acaso ele foi preso e agora está aqui para saber se realmente vai ser pronunciado ou não”, afirmou.

  • Foto: DivulgaçãoErlândio Miranda CoelhoErlândio Miranda Coelho

Defesa

A defesa de Erlânio Miranda é representada pelo advogado Nazareno Thé, que refuta a tese da acusação e afirma que o projétil que atingiu Ruan era de calibre 22, enquanto a arma usada pelo réu era 380. Para o advogado a “polícia não foi suficientemente diligente” para ajudar a elucidar o caso.

  • Foto: Hélio Alef/ GP1Nazareno Thé, advogado de defesaNazareno Thé, advogado de defesa

“O acusado que aqui está estava portando uma pistola 380, o projétil que atingiu a cabeça de Ruan é um calibre 22. Então está bem claro esses dois momentos. Houve o momento dos tiros, o rapaz da pistola atirou para cima e foi embora. Logo em seguida, esse rapaz, o outro atirador, que não se sabe até agora e a polícia não foi suficientemente diligente, no sentido de descobrir a autoria, que fez o outro disparo que atingiu a cabeça dele”, afirmou.

Ferida nunca cicatrizada

Passados quatro anos da morte de Ruan, Jaqueline Nobre, prima da vítima, contou que a “ferida” ainda não cicatrizou. A jovem diz que ainda não conseguiu o “consolo da conformação” e que a família segue “buscando uma resposta”.

“Não sei dizer o que eu espero. Acho que passou tanto tempo e termina a ferida nunca cicatrizando porque a gente sempre vai mexer nela nos momentos mais difíceis. Estamos no período de Natal e vem tudo isso novamente. E ver isso aí é doloroso demais”, contou Jaqueline.

“O Ruan é atingido, um ano depois é exumado, mexe novamente e a gente fica buscando uma resposta, sabe que ele não vai voltar, mas a gente não espera com outra pessoas porque não existe bala perdida, como eu sempre comentava isso. A bala sempre atinge um alvo que na maioria das vezes é um inocente e eu infelizmente ainda não consegui o consolo da conformação com a falta dele”, concluiu.

O crime

Ruan Pedreira foi baleado na cabeça, durante a comemoração da vitória da seleção brasileira na Copa do Mundo, em um bar da Avenida Maranhão, no bairro Saci, no dia 28 de junho de 2014.

Segundo amigos do jovem, eles teriam combinado de se encontrar na praça das Palmeiras, no bairro Saci, onde era tradicional o encontro de torcedores após os jogos do Brasil, durante o mundial. Nas proximidades da avenida Maranhão, a vítima foi atingida por uma bala perdida na cabeça. Ele chegou a ser internado, mas teve morte cerebral decretada alguns dias depois.

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