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Teresina - Piauí

Câmara entrará com ação no MP para punir crime ambiental no Saci

De acordo com Luiz Lobão, o procurador na Câmara de Vereadores irá decidir se entrará com uma denúncia criminal ou ação civil pública no Ministério Público do Estado do Piauí.

O vereador Luiz Lobão (PMDB), presidente da Comissão de Meio Ambiente, Saúde, Saneamento Básico e Assistência Social da Câmara Municipal de Teresina, reuniu nesta quarta-feira (20) os membros da Comissão e o procurador da Casa Legislativa, Rostônio Uchôa, para formalizar uma denúncia contra o crime ambiental ocorrido na Praça Gentil Macêdo, no bairro Saci.

De acordo com Luiz Lobão, o procurador na Câmara de Vereadores irá decidir se entrará com uma denúncia criminal ou ação civil pública no Ministério Público do Estado do Piauí, devido ao fato que aconteceu em uma praça do bairro Saci, localizado na zona sul de Teresina, onde 12 árvores foram cortadas irregularmente. O parlamentar considera que os responsáveis precisam ser punidos para que isso não volte a acontecer na Capital.

  • Foto: Lucas Dias/GP1Luiz LobãoLuiz Lobão

Na reunião da Comissão também ficou decidido que será feita uma audiência com todas as pessoas envolvidas na situação, além de órgãos competentes como Ministério Público, Secretaria de Meio ambiente, Associação de Moradores do bairro Saci, Delegacia de Crimes Ambientais.

Participaram da reunião além de Luiz Lobão os vereadores Deolindo Aguiar, Pollyana Rocha e Joaquim do Arroz.

Investigação

Em entrevista ao GP1 na tarde desta quarta-feira (20), a delegada Edenilza Viana, titular da Delegacia Especializada de Proteção ao Meio Ambiente, deu detalhes sobre o depoimento do jardineiro responsável pelo corte ilegal de árvores na Praça Gentil Macêdo no Saci.

De acordo com informações da delegada, o jardineiro disse estar ciente de que sua ação foi errada. Ele também alegou que o contador Charles Ramos Menezes, suspeito de ser o mandante do crime, o pressionou para realizar os cortes.

“Ele informou que foi contratado pelo autor, que é um contador e tem um escritório de contabilidade no local. Ele contratou esse jardineiro, que fez os cortes. Ele disse que era consciente que era uma praça pública, questionou o contador, mas ele afirmou que ele podia fazer porque ele pagava a multa, que tinha dinheiro, que podia cortar. Então o jardineiro cortou uma parte, então o contador insistiu que poderia cortar mais porque ele queria que ficasse sem planta na frente”, afirmou a delegada.

  • Foto: Hélio Alef/GP1Árvores foram destruídas na Praça Gentil MacedoÁrvores foram destruídas na Praça Gentil Macedo

O contador Charles Ramos Menezes, que mora há 46 anos nas proximidades da praça, confessou o crime e alegou que queria espantar os usuários de drogas, alcoólatras e vândalos do local. “Ele alega a questão dos usuários de drogas que frequentavam o lugar, mas pelo que ouvi, não é bem assim, lá passavam usuários de drogas, mas não ficavam lá, quem frequentava realmente a praça eram os vizinhos, que se reuniam para beber, que brincavam, que passeavam, então não existia essa morada de usuários de drogas para justificar”, rebateu Edenilza.

Ainda de acordo com a delegada, uma testemunha revelou em seu depoimento a real motivação do contador. “Inclusive outra testemunha nos revelou que a verdadeira intenção dele era poder fazer com que o escritório de contabilidade dele tivesse visibilidade, porque o escritório ficava em cima da praça, é uma coisa até a ser questionada como pode alguém colocar uma empresa, em cima de um bem público? Não pode. Ele agora vai ser multado e vai responder por tudo isso”, finalizou.

SDU

O superintendente de desenvolvimento urbano na região sul da Capital, Paulo Lopes, reiterou que a SDU/Sul irá realizar a restauração da praça, a partir da recuperação e a replantação de mudas. Os trabalhos deverão começar em março e a previsão é que seja feito um evento a fim de conscientizar a população sobre a necessidade de se preservar o meio ambiente.

“Nós queremos fazer uma ação, chamar a imprensa, fazer um movimento, um dia de cidadania, no sentido de realizar uma orientação e educação ambiental para que a população entenda que não se deve fazer isso”, finalizou.

Entenda o caso

Doze árvores, situadas na Praça Gentil Macêdo, no bairro Saci, zona sul da Capital, foram cortadas na madrugada do último domingo (17). O fato gerou indignação aos moradores da região e a SDU/Sul informou que os cortes não foram feitos pela prefeitura do município.

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