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Polícia

Ex-prefeito de Prata e 7 empresários serão levados para Irmão Guido

O ex-prefeito está sendo acusado de lavagem de dinheiro, com recursos federais oriundos do Fundef.

A Polícia Federal no Piauí realizou nesta quinta-feira (26) uma entrevista coletiva para tratar sobre a Operação Argentum, que prendeu o ex-prefeito de Prata do Piauí, Antônio Gomes de Sousa, mais conhecido como Antônio Parambu, Mirly Machado (sua esposa), o ex- membro da Comissão de Licitação de Prata, identificado apenas como Romário, e sete empresários, totalizando dez presos acusados de desvio de recursos públicos federais na prefeitura de Prata do Piauí. Os presos serão encaminhados à Penitenciária Regional irmão Guido, à exceção de Mirly Machado, que será conduzida à Penitenciária Feminina de Teresina. Até o momento foram realizadas, além das dez prisões, cinco conduções coercitivas e apreensão de sete veículos.

A Polícia Federal não quis divulgar os nomes dos empresários que foram presos na operação.

  • Foto: Thais Guimarães/GP1ColetivaColetiva

A operação foi realizada pela Delegacia de Repreensão a Corrupção e a Crimes Financeiros da Polícia Federal no Piauí, comandada pelo delegado Reinaldo Camelo, em parceria com o Tribunal de Contas da União (TCU), a Controladoria Geral da União (CGU), o Tribunal de Contas do Estado do Piauí (TCE), o Ministério da Fazenda, entre outros órgãos que fazem parte da rede de controle.

  • Foto: Facebook/Mirly MachadoEx-prefeito Parambu e a esposa   Ex-prefeito Parambu e a esposa

A Controladoria-Geral da União constatou contratações irregulares e movimentações bancárias anormais com recursos federais de aproximadamente R$ 2.730.000,00 milhões referentes a recursos do precatório do Fundef. Parambu usou o dinheiro para fazer pagamentos a empresas de fachadas e fantasmas. Três desses proprietários das empresas de fachada são sobrinhos de Parambu, que estão entre os presos.

A investigação

“Foi identificado que houve uma transferência suspeita da conta do Fundef do município de Prata do Piauí e esse recurso caiu na conta decorrente de um precatório judicial que vários municípios estão para receber e outros já receberam. O TCE havia até bloqueado esses recursos, mas o município conseguiu o desbloqueio em dezembro de 2016. Quando caiu na conta, em poucos dias esse recurso foi desviado para uma conta da Caixa Econômica e do Bradesco. De lá foram realizadas várias transações de pagamento para empresas e em aproximadamente oito dias foi desviado o valor de dois milhões e setecentos e trinta mil. Na investigação descobrimos que algumas empresas eram de fachada, que não possuíam funcionários, nem frota de veículos, bem como foram verificados que os serviços contratados e obras não foram realizadas, assim como os processos licitatórios não foram localizados no município, nem pela gestão atual e nem pela Controladoria Geral da União que foi até o município fazer a verificação”, disse o delegado Reinaldo.

  • Foto: Thais Guimarães/GP1Delegado Reinaldo CameloDelegado Reinaldo Camelo

Reinaldo Camelo explicou que “durante a investigação foram identificadas duas coisas: o desvio de recursos do Fundef em dezembro de 2016, como também foi identificada a lavagem de dinheiro, provavelmente decorrente do crime anterior, que era os desvios de recursos públicos”.

As prisões

O delegado da PF explicou que foram realizadas dez prisões, assim como a apreensão de veículos. “Obtivemos algumas medidas judiciais na 3ª Vara Federal, como prisões temporárias, em especial, ao ex-gestor, a sua esposa, integrantes da Comissão de Licitação e sócios-administradores dessas empresas de fachada, como também, algumas medidas de condução coercitiva e alguns mandados de busca e apreensão que foram cumpridos nas sedes das empresas e nas residências dos investigados. Hoje nós conseguimos efetuar dez prisões, cinco conduções coercitivas e apreensão de sete veículos. Três empresas pertencem a sobrinhos do prefeito, que foram presos”, explicou.

Empresas de fachada

Ronaldo Camelo afirmou que as empresas vão ter seus bens sequestrados. “As próprias empresas em si já se tratam de ocultação do patrimônio, por que a criação da empresa, o estoque que ela possui, tudo está ocultado, está em nome de terceiros, sendo que nós sabemos que a gestão pertence ao principal investigado [Antônio Parambu]”, colocou.

TCU

  • Foto: Thais Guimarães/GP1Rafael Jardim, do TCURafael Jardim, do TCU

O secretário de combate à Corrupção do TCU, Rafael Jardim, ratificou a importância da operação. “Quando falamos em precatórios do Fundef, nós estamos falando de 92 bilhões de reais. É como se milhares de municípios tivessem ganhado na loteria, uma quantidade massiva de recursos que os prefeitos estão recebendo, e você precisa de uma boa governança para a aplicação desses recursos, uma observância de regras fundamentais para garantir a qualidade e a finalidade desses recursos”, finalizou.

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