Fechar
GP1

Teresina - Piauí

Foragido, advogado Raifran Sá entra com HC no Tribunal de Justiça

O advogado é acusado de falsificar a assinatura de um juiz para sacar dinheiro do Tribunal de Justiça e está foragido desde que tomou conhecimento da expedição de um mandado de prisão contra

A defesa do advogado Raifran Silva e Sá ingressou com habeas corpus com pedido de liminar alegando constrangimento ilegal e falta de fundamentação na decisão que decretou sua prisão preventiva. O advogado é acusado de falsificar a assinatura de um juiz para sacar valores depositados na conta do Tribunal de Justiça do Estado do Piauí e está foragido desde que tomou conhecimento da expedição de um mandado de prisão contra ele, em 14 de junho de 2020, um dia antes da operação que estava montada para prendê-lo, mas que foi abortada pela fuga.

Raifran teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz Ulysses Gonçalves da Silva Neto, da Vara Única da Comarca de Altos, em 08 de julho, com base no inquérito instaurado pelo delegado Tomaz Aquino, titular do 14º DP de Altos.

  • Foto: Divulgação/OAB-PIAdvogado Raifran Silva e SáAdvogado Raifran Silva e Sá

No habeas corpus, a defesa alega a ausência de todos os requisitos do art.312 do Código de Processo Penal e reforça que o mesmo é advogado, tem residência fixa, não possui antecedentes criminais, é provedor da família, possui filho menor sob sua responsabilidade e dependência econômica.

Ressalta que, "embora existam notícias sobre suposto status de 'foragido', o paciente [Raifran] se encontra à disposição da Justiça, ainda que tenha tomado conhecimento dos fatos pelos portais de notícias".

A defesa pede a concessão, liminarmente, da ordem de habeas corpus ou subsidiariamente, que seja a prisão preventiva convertida em medidas cautelares diversas da prisão.

O habeas corpus foi impetrado no plantão judiciário do Tribunal de Justiça no último sábado (25).

O desembargador Joaquim Santana se julgou incompetente para apreciar o pedido e determinou a remessa imediata a distribuição, tendo em vista que não ocorreu a prisão do advogado no período do plantão, ou no último dia útil anterior à data do plantão.

Operação vazou

Depois que o GP1 publicou reportagem dando conta da ordem de prisão contra Raifran Silva e Sá, o juiz Ulysses Gonçalves da Silva Neto determinou a quebra do sigilo do processo e ainda mandou que a Polícia Civil se investigasse de onde partiu a informação privilegiada, a fim de que o investigado tomasse conhecimento do mandado de prisão em seu desfavor, fato determinante para que empreendesse fuga.

A suspeita é que informação vazou após o ofício, comunicando o cumprimento de medida cautelar, ter sido entregue em 14 de junho a Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados, da qual o advogado fazia parte, até ser desligado posteriormente, quando o caso veio a tona através do GP1.

No mesmo dia em que a Comissão de Defesa das Prerrogativas dos Advogados recebeu o ofício, um advogado entrou com pedido para se habilitar no processo e fazer a defesa de Raifran Silva e Sá.

Entenda como se dava o crime

Segundo a Polícia Civil, Raifran Silva e Sá se utilizava da função de advogado para ter acesso a processos no Tribunal de Justiça e falsificava um alvará pedindo a restituição dos valores na conta dele, a partir de assinaturas falsas do juiz da comarca de Altos e de seu secretário. Com os dados, ele colocava o selo falsificado e, assim, conseguia sacar os valores em agências bancárias.

Em outra oportunidade, quando o advogado se deslocou para o município de Altos para ter acesso aos valores em uma agência bancária, a gerente da instituição financeira desconfiou da situação e afirmou que o pagamento demoraria três dias para cair na conta, mas na verdade denunciou o caso à polícia.

A investigação aponta que uma escriturária – que não é a declarante do Inquérito – teria percebido que os documentos estariam “estranhos”, “que a assinatura do juiz responsável estava trêmula e que o selo do Tribunal de Justiça estava com dois carimbos”

Com o andamento das investigações, restou comprovado, através de perícia, que as assinaturas e o selo do TJ realmente foram falsificados. Em razão disso, a Justiça atendeu à solicitação da autoridade policial e expediu os mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão a serem cumpridos na residência e no escritório de advocacia do alvo em Teresina e em outros dois imóveis do investigado no município de Colinas, no estado do Maranhão.

O mandado de prisão foi expedido no dia 08 de julho e consta no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP), no entanto, o advogado segue sem ser localizado.

NOTÍCIAS RELACIONADAS

Advogado Raifran Silva e Sá está foragido há mais de uma semana

Advogado Raifran Silva e Sá é afastado de comissão da OAB-PI

Exclusivo! Decretada prisão preventiva do advogado Raifran Silva e Sá

Ver todos os comentários   | 0 |

Facebook
 
© 2007-2024 GP1 - Todos os direitos reservados.
É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita do GP1.